PMDB faz ofensiva para preencher mais cargos
Brasília - Concluída a reforma ministerial, na qual ganhou duas pastas, o PMDB desencadeia esta semana uma ofensiva para preencher os cargos do primeiro escalão prometidos ao partido, como as presidências dos Correios, do INSS e da Eletrobras. A sigla re
Por | Edição do dia 27/01/2004 - Matéria atualizada em 27/01/2004 às 00h00
Brasília - Concluída a reforma ministerial, na qual ganhou duas pastas, o PMDB desencadeia esta semana uma ofensiva para preencher os cargos do primeiro escalão prometidos ao partido, como as presidências dos Correios, do INSS e da Eletrobras. A sigla reivindica outros postos, mas terá de negociar caso a caso com o Planalto. Além de Correios, INSS e Eletrobras, a sigla quer indicar o novo líder do governo no Congresso, nomear o superintendente da Receita Federal em São Paulo e preencher vagas de segundo escalão dos seus ministérios. A indicação dos ministros da Previdência, Amir Lando (PMDB-RO), e das Comunicações, Eunício Oliveira (PMDB-CE), é considerada insuficiente para atender o apetite por cargos e acomodar os diferentes interesses da sigla. Especialmente no Senado, onde não houve acordo para a indicação de um nome. A disputa Para os Correios, o líder no Senado, Renan Calheiros (AL), quer indicar o ex-senador Carlos Bezerra (MT), mas Eunício Oliveira inclina-se pela nomeação de um ex-deputado que foi ministro dos Transportes do governo tucano: João Henrique (SC). A indicação serviria para compor pelo menos parte do grupo que apoiou o candidato do PSDB na eleição presidencial de 2002, José Serra (SP), e que faz oposição ao governo Lula. A presidência da Eletrobras caberia ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mas, entre os senadores, registram-se insatisfações porque Sarney, além de um diretor da própria estatal, já indicou afilhados políticos para outros cargos de governo. O próprio Renan, que não conseguiu fazer Romero Jucá (PMDB-RR) ministro, agora pensa em seu nome para líder no Congresso, na vaga de Lando. A situação é mais tensa na bancada do PMDB no Senado, que não conseguiu chegar a um consenso sobre o nome do partido a ser indicado a Lula para o ministério. Com 22 senadores, a sigla é uma espécie de fiel da balança nas votações. Na conversa que teve com o PMDB e os ministros indicados pelo partido, Lula disse que não quer saber da origem partidária de quem vai ser nomeado. Eu quero competência, disse. Discutindo caso a caso com o Planalto, é improvável que o PMDB verticalize as nomeações dos ministérios que ocupou. O novo ministro das Comunicações já se deu conta disso e avisa: Estamos num governo de coalizão e temos de compreender que algumas posições terão de ser negociadas com os companheiros que estão na base do governo. Renan vai na mesma linha: A ocupação será de acordo com o interesse partidário, nas não haverá ilhas, até porque a convivência na coalizão de governo exige que você se relacione com outros interesses partidários, disse.