Política
Press�o ao PFL para desobstruir pauta de vota��o

Brasília ? O PFL está sendo pressionado por vários setores da economia para desobstruir a pauta de votações da Câmara. Algumas das 21 medidas provisórias (MPs) pendentes de votação tratam de assuntos pertinentes a setores com poder de influência sobre a bancada pefelista, como os de energia elétrica, produção de álcool e mercado de capitais. O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), recebe constantes telefonemas de representantes dos produtores de cana e usineiros do Nordeste preocupados com a votação de uma MP que lhes interessa muito. Ela garante uma política de subsídios para manter os preços da produção de álcool no Nordeste em equilíbrio com a do Sudeste, que é mais competitiva. A votação dessa MP abre caminho para que o governo desembolse nas próximas semanas R$ 372 milhões em subsídios relativos às duas últimas safras de cana, que deixaram de ser pagos a cerca de 12 mil produtores nordestinos, tendo como justificativa a substituição da fonte de recursos - da Parcela de Preços Específica (PPE) para a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidente sobre a importação de combustíveis. Para facilitar a votação dessa medida provisória, dois deputados pernambucanos que deixaram seus cargos de secretários estaduais na semana passada - André de Paula (PFL) e Carlos Cadoca (PMDB) - adiaram o retorno ao Congresso. Isso evitou a substituição do relator da MP, Maurílio Ferreira Lima (PMDB-PE), e do vice-presidente do PPB, Pedro Corrêa (PE), suplentes que negociaram as modificações no texto com a Casa Civil e os Ministérios da Fazenda e Agricultura. As empresas do setor elétrico também estão pressionando a bancada do PFL para evitar que o partido vote contra a MP que autoriza aumento extra de tarifa de energia elétrica para compensar perdas com o racionamento e estimular investimentos.