O advogado das vítimas de uma abordagem truculenta da Polícia Militar (PM) informou que vai entrar com uma ação junto com o Ministério Público de Alagoas (MP/AL), pedindo uma medida protetiva para seus clientes, que relatam estar se sentindo ameaçados e temem uma represália por parte da corporação. A PM, por meio de nota, informou que vem apurando o caso. No último sábado (24), policiais militares foram filmados batendo a cabeça de um homem contra uma viatura, durante o atendimento de uma ocorrência de som alto, na Chã de Bebedouro, em Maceió. A vítima, no entanto, nega que estava com o som alto e diz que os militares partiram para a agressividade sem nenhum motivo aparente. Outro homem, dono da casa e genro da vítima que teve a cabeça jogada contra o veículo, também relatou ter sido vítima da agressão por parte dos militares. “Assim que a guarnição chegou à minha porta, meu genro foi lá e conversou com os policiais. A conversa durou cerca de 5 minutos. Os militares chegaram, perguntaram quem era o responsável pela casa, e minha esposa se identificou, mas eles não quiseram saber dela. Daí, me identifiquei como o proprietário do imóvel, e eles falaram da denúncia do som alto, mas, logo, disse que não era aqui [casa]. Em seguida, os policiais pediram o meu documento e, ao retornar com eles, os militares disseram que eu demorei muito. A partir daí, um deles começou a me agredir e agredir o meu genro. Eu até caí no chão, disse que tinha tido um AVC, mas eles não respeitaram”, narrou uma das vítimas, que não quis se identificar, em entrevista à TV Pajuçara. Uma adolescente de 16 anos, que estava na residência, também foi agredida. A mãe dela relatou que a filha teve as roupas rasgadas pelos PMs. “Os policiais deram na cara dela. Chamou ela de vagabunda e pediram que ela parasse de filmar a situação. Daí, rasgaram a roupa da minha filha e até ameaçaram prendê-la”, disse. “Quero proteção, pois não confio mais em ninguém, principalmente no policial. Estou com medo”, comentou a menor. O advogado das vítimas, Rodrigo Santana, disse que os procedimentos cabíveis já estão sendo feitos, e que vai entrar com uma ação junto com o MPE, pedindo uma medida protetiva, pois a família se sente coagida. “Infelizmente guarnições estão trafegando pela porta das vítimas, parando e observando o movimento da casa, passando eles a se sentirem ameaçados”, diz o advogado.
A promotora de Justiça Karla Padilha, em contato com a Gazetaweb, informou que a corregedoria da PM, que vem investigando o caso, está dentro do prazo para fazer as devidas investigações sobre o ocorrido.