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Nº 5692
Política A apuração também busca se políticos e aliados também driblaram a lista de prioridades durante a vacinação

FURA-FILAS DA VACINA SÃO INVESTIGADOS EM 11 MUNICÍPIOS

Juntos, essas cidades somam 275 ocorrências de pessoas que supostamente teriam recebido até uma terceira imunização

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 05/05/2021 - Matéria atualizada em 05/05/2021 às 04h00

Um mês após a suspeita de que dados de pessoas mortas foram usados indevidamente para “furar fila” da vacinação em Alagoas, com aplicação de 3 a 4 doses para o mesmo cadastro, a investigação ainda não foi concluída. A apuração também busca se políticos e aliados também driblaram a lista de prioridades. A apuração, divulgada pelo próprio Ministério Público após reunião virtual com o Ministério Público de Contas e até a Controladoria Geral da União (CGU) continua segundo informações da assessoria do órgão estadual. Os dados conseguidos até o momento estão sendo cruzados e não há data definida para sua conclusão. O foco inicial é em 11 municípios alagoanos, que juntos somam 275 ocorrências de pessoas que supostamente teriam recebido até uma terceira imunização e outras 100 que ocupariam funções públicas como vereadores, prefeitos e gestores públicos. Como os trabalhos não foram concluídos não se sabe, por exemplo, se os suspeitos tomaram a segunda dose das vacinas.

A Gazeta tentou apurar se parte do trabalho buscava, justamente, flagrantes das irregularidades durante a D2, afim de fechar o certo com provas ainda mais robustas, inclusive, com imagens dos beneficiados. Mas, por conta do sigilo com que o levantamento tem sido realizado esta informação não foi confirmada. De acordo com os órgãos envolvidos, a base da investigação tem como fonte informações do Sistema Único de Saúde (SUS), o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (Sispni) e a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) somada ao Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Quem apontou os primeiros indícios de irregularidades foi o superintendente da Controladoria Geral da União (CGU), Moacir Rodrigues. Durante o contato com os procuradores do MPC e MPE ele fez um detalhado levantamento de todos os indícios. Depois do encontro, a tarefa de levantamento continuaria nas referidas comarcas com seus respectivos promotores. Como os nomes das cidades, inicialmente investigadas não foi revelado, a reportagem não teve como buscar detalhes com os titulares do MP. A única informação confirmada até o momento é que o trabalho conta com o total apoio do procurador Geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque. A ideia é que sejam investigados e denunciados todos os casos, independente da ligação com política que possuam, mesmo que em algum caso sejam lideranças com proximidade com a máquina pública estadual. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) apoia todo o levantamento já que não compactua com qualquer interferência que burle a fila de prioridades. Por esta razão, há uma grande expectativa para a conclusão dos trabalhos. A maior preocupação, porém, nos bastidores políticos é que a eventual revelação acabe por servir de subsídio, mesmo que indiretamente, para eventual denúncia junto a CPI da Covid-19 instalada no Senado. Mesmo sem nada comprovado até o momento, mas com base em outras informações relativas aos investimentos dos recursos da Covid-19 para Alagoas, o senador Eduardo Girão (PODE/CE) protocolou requerimento para a convocação do secretário Estadual de Saúde, Alexandre Ayres. Segundo revelou a Gazetaweb o pedido será analisado pelos integrantes da comissão nos próximos dias.

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