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Nº 5759
Política Para Francisco Tenório, a empresa não leva a sério os moradores das regiões afetadas pela mineração

DEPUTADOS CRITICAM BRASKEM POR ACORDOS DE INDENIZAÇÕES

Parlamentares defendem parecer técnico independente para fixar valores dos imóveis

Por thiago gomes | Edição do dia 07/05/2021 - Matéria atualizada em 07/05/2021 às 04h00

A maneira como a Braskem vem atuando nas tratativas para acordo de indenização aos danos materiais causados pelo afundamento do solo em diversos bairros da capital foi, mais uma vez, alvo de críticas pelos deputados estaduais na sessão da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Alegando que os moradores e comerciantes estão ‘reféns’ da petroquímica, eles propõem que uma terceira opinião técnica seja considerada no momento de se fixar o valor dos imóveis a serem indenizados. Os estudos do Serviço Geológico do Brasil revelaram que a instabilidade na região do Pinheiro e adjacências foram provocadas pela intensa extração de sal-gema, cuja responsável é a multinacional. Em discurso na tribuna do Legislativo, na manhã desta quinta-feira (6), o deputado Ronaldo Medeiros (MDB) acusou a Braskem de humilhar as pessoas afetadas pelo problema, por serem obrigadas a aceitar valores ínfimos, propostos pela empresa, muito aquém do que valeriam os imóveis. “Ela [a Braskem] tem agredido constantemente a população, faltando com respeito às pessoas e, quando a família não aceita, pedindo uma reavaliação do valor proposto, aí tem que aguardar uma carta por muito tempo. A empresa força, com isso, que as pessoas aceitem o que ela quer pagar. O valor não dá para comprar algo parecido e nem genérico”, destacou o parlamentar. Medeiros acrescentou que a petroquímica possui um patrimônio muito grande, com lucro permanente, sendo injusto, segundo ele, a forma como trata os acordos. “As pessoas são tratadas com desdém, com descaso muito grande. A Braskem age com sagacidade, com desprezo. Quem não aceita, vai para o fim da fila”, emenda. O deputado informa que tem encaminhado ao Ministério Público Estadual e Federal denúncias frequentes que recebe de cálculos que ele considera equivocado na avaliação dos imóveis a serem indenizados. Para contribuir com o discurso do colega, o deputado Cabo Bebeto (PTC) insinuou que a Braskem acelerou o entendimento com os proprietários dos imóveis com valores mais baixos para evitar protestos da grande massa. E revelou que a negociação com os prédios e casas de alto custo travou. Bebeto propõe um parecer técnico alheio à empresa para auxiliar o morador a fechar o acordo. “O Estado tem que definir esta terceira via. Precisa-se de uma instituição que fizesse mediação e apresentasse outra proposta para não deixar as pessoas reféns da Braskem”, avalia o parlamentar. Já o deputado Francisco Tenório, também em aparte, acusou a petroquímica de não ‘levar a sério os moradores de todas as regiões afetadas pela mineração’. “Parece até que está brincando com a população e com as autoridades constituídas. Várias pessoas que estão com depressão profunda e morrendo com doenças provocadas com estresse. Não sei se é o caso de se fazer representações criminais contra a Braskem. É uma empresa rica, com muito dinheiro e que está desdenhando com o povo”.

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