ARNALDO FERREIRA Numa articulação bem feita, discreta e que contou com apoio da maioria dos 27 deputados estaduais, a mesa diretora da Assembléia Legislativa aprovou ontem o aumento do salário do governador Ronaldo Lessa, de R$ 7.012,50 para R$ 8.910,00, que representa o teto salarial dos servidores do Poder Executivo com 35 anos de serviço, exceto procuradores de Estado, que por conta de medida constitucional, ultrapassam R$ 12 mil. O aumento salarial do governador foi aprovado por unanimidade dos 20 deputados presentes à sessão de ontem. A mesma mensagem da mesa diretora da Assembléia permitiu que os parlamentares aprovassem ainda o aumento do vencimento do vice-governador Luis Abílio de Souza Neto para R$ 8.333,00. Segundo os cálculos feitos pelos deputados, o reajuste nos salários do governador e do vice vai onerar a folha de pagamento do Executivo em R$ 3.368,50. O presidente do Poder Legislativo, deputado Celso Luiz (PSB), através de sua assessoria de imprensa, divulgou que o projeto de lei aprovado não muda a política salarial do governo. O teto vencimental dos secretários de Estado e outros servidores fica estabelecido em R$ 6,6 mil; somado às vantagens pertinentes a 35 anos de serviços, o vencimento pode chegar ao valor de R$ 8.910,00. “O Congresso aprovou uma matéria estabelecendo os vencimentos dos Poderes. Para corrigir distorções, a mesa diretora fez o projeto de lei reajustando o salário do governador” , explicou o presidente da ALE, deputado Celso Luiz. Ele acrescentou que o projeto de reajuste tem de ser elaborado pelo Legislativo porque o governador não poder enviar mensagem propondo o seu próprio aumento. Antes do aumento, os fiscais de renda e delegados de Polícia, em final de carreira, ganhavam o teto vencimental. A proposta agradou até o deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão. “É comum a Assembléia aprovar matéria que trata de reajuste de salário do serviço público”, justificou. Porém, Paulão espera que o reajuste aprovado sirva para sensibilizar o governador na hora da discussão de reajuste dos servidores. “O sindicato dos Policiais Civis já encaminhou 20 ofícios pedindo audiência com o governador. Esperamos que Lessa receba o Sindipol, negocie e até diga não a proposta dos servidores. Mas, não discutir é muito ruim para a democracia”, frisou Paulão.