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Nº 5693
Política Visita de Bolsonaro a Alagoas uniu as principais lideranças políticas que fazem oposição ao governo Renan Filho

BOLSONARO SINALIZA UNIÃO DA DIREITA PARA TIRAR RENANS DO PODER

Na última quinta-feira, presidente transformou agenda institucional no Estado num grande acontecimento político

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 15/05/2021 - Matéria atualizada em 15/05/2021 às 04h00

A um ano e cinco meses das próximas eleições, a mobilização feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Alagoas pode ter sido um sinal claro para as forças de centro-direita se articularem para a disputa majoritária do Senado, governo, além do Legislativo. Na última semana, ele transformou uma agenda institucional num acontecimento político que agitou o cenário local e nacional, já que daqui mandou recados à CPI da Covid-19 e ao seu eventual adversário Luiz Inácio Lula da Silva.

De uma só vez ele reuniu num mesmo palanque seus partidários, o deputado estadual Cabo Bebeto e o vereador Leonardo Dias (PSD), além dos aliados políticos como o senador Fenando Collor (Pros), o presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Arthur Lira (Progressistas), assim como os deputados federais Marx Beltrão (PSD), Nivaldo Albuquerque (PTB) e Severino Pessoa (Republicanos).

Já no discurso, além de citar todos, Bolsonaro se referiu a JHC de modo carinhoso, uma vez que as obras habitacionais entregues fazem parte de projeto com contrapartida municipal. “Garoto JHC tem a idade dos meus filhos. Um abraço a você. Convivi contigo por dois anos na Câmara dos Deputados. Você é um cara excepcional. Tem tudo para ser uma grande liderança no Nordeste e no Brasil”, disse o presidente. O que ele não sabia é que a fala, que motivou aplausos de seus seguidores, ocorreu na semana seguinte à divulgação do MB Pesquisas e Consultoria que apontou o prefeito de Maceió como nome forte para a disputa do governo do Estado. Segundo o autor da coleta de dados, algo considerado normal após um pleito em que o próprio JHC foi o destaque ao desbancar a máquina estadual administrada pelo governador Renan Filho (MDB) e do município com o ex-prefeito Rui Palmeira (Podemos).

O fato de estar no PSB, partido originalmente de esquerda e nacionalmente ter feito uma aliança com o PDT, para apoiar Ciro Gomes presidente, a princípio pode ser um empecilho. Porém, nada que não tenha solução. “Vem pra direita, JHC!”, gritou um apoiador de Bolsonaro entre uma fala e outra.

Na prática, além de vencer a disputa, JHC bagunçou o xadrez organizado por RF que tinha prometido apoio a Rui, ao selar aliança em torno do seu candidato, Alfredo Gaspar de Mendonça. Ele perdeu o pleito, mas a grande derrota foi da articulação que projetava 2022. Agora, o mandatário do Palácio República dos Palmares tem poucos meses para se reorganizar e construir uma chapa competitiva para o pleito. O problema é que não formou ninguém nem surgiu nenhuma liderança espontânea. Por isso, testa o nome do secretário Estadual da Saúde, Alexandre Ayres, e até o prefeito de Pilar, Renato Filho.

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