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Nº 5759
Política

OFERTA E PREÇO EMPERRAM COMPRA DE VACINA POR EMPRESÁRIOS

Questão da logística também é apontada como entrave para aquisição dos imunizantes

Por thiago gomes | Edição do dia 22/05/2021 - Matéria atualizada em 22/05/2021 às 04h00

A indisponibilidade de oferta no mercado internacional e o preço elevadíssimo são os principais obstáculos que põem um freio na intenção de compra de vacinas contra a Covid-19 pela iniciativa privada. Empresários de Alagoas não escondem o desejo da aquisição, visando à imunização dos funcionários, mas não pretendem avançar na negociação agora. Pela lei vigente, aprovada em março, no Congresso Nacional, até que todos os grupos prioritários sejam vacinados, 100% das doses compradas por particulares devem ser doadas ao SUS. Após a vacina dos grupos prioritários, a obrigação de doação cai para 50%. Aqui no Estado, com a conclusão desta etapa, metade dos lotes já poderiam ser usados pelas empresas. Em diversas partes do País, empresários já se posicionaram contra a compra por sustentarem a tese de que a responsabilidade de vacinar a população é do Estado Brasileiro. O presidente da Federação da Indústria do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra, afirmou que defende a transação no sentido de alcançar os trabalhadores. No entanto, destaca que há um ponto importante a ser considerado. “No início da pandemia, quando começou a produção de vacina contra a Covid-19, a CNI [Confederação Nacional da Indústria] foi procurada. Mas, o valor cobrado foi mais de quatro vezes maior que o preço cobrado aos estados. Estes estavam pagando cinco dólares, enquanto que, para os empresários, o valor cobrado foi de 23 dólares”, revelou. Lyra faz menção, ainda, da falta de oferta de vacinas no mundo todo. “Se para o poder público falta, imagine pra o setor privado!”, avalia.

TURISMO

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH/AL), André Santos, garantiu que a vacina sempre foi prioridade para os empresários. A classe, de acordo com ele, está muito interessada em garantir a segurança dos colaboradores e turistas, além de acelerar a recuperação do setor, um dos mais afetados pela pandemia. “No entanto, apesar de ser uma ideia válida, há diversos entraves para a aquisição de doses por parte dos empresários. Além da dificuldade financeira que a hotelaria enfrenta há mais de um ano, não é uma tarefa simples conseguir comprar a vacina. Essa logística, inclusive, tem sido o principal desafio de muitos países nessa corrida mundial pela imunização”, argumenta. A entidade que ele representa enviou um ofício ao prefeito de Maceió, JHC (PSB), e ao governador Renan Filho (MDB), assinado com representantes de outras instituições ligadas ao turismo no Estado, para solicitar a vacinação dos trabalhadores do setor como grupo prioritário. Até agora, eles aguardam resposta ao requerimento. Toda ação que surja para somar ao enfrentamento da Covid-19 é bem-vinda, na opinião do presidente da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL), Gilton Lima. Ele diz acreditar que a lei autorizando a iniciativa privada a vacinar os funcionários traz uma série de efeitos benéficos para a saúde coletiva. “Minimiza as filas do SUS, contribui para uma maior agilidade na imunização em massa. Para a economia, permite a retomada completa das atividades de forma segura. Mas, para isto acontecer, é necessário que haja um aumento na produção das vacinas e que seja possível adquiri-las a preço justo, sem comprometimento no montante a ser disponibilizado pelo sistema público de saúde do Brasil, o SUS”, detalhou. Representante dos bares e restaurantes, segmento que sofreu bastante ao longo da pandemia, pelas medidas de restrição impostas pelo Governo do Estado, Thiago Falcão, presidente da Abrasel/AL, informou que há muitos empresários do ramo, em Alagoas, interessados na compra de imunizantes contra o coronavírus. “O grande problema é a burocracia para adquirir as doses. Já temos noção do custo de uma vacina, em nível mundial, mas a gente não sabe, na ponta, como este preço vai se comportar, com a influência dos impostos. Lógico que existe um receio sobre o custo, mas há, sim, diversos empresários, do nosso segmento, com interesse em comprar a vacina”.

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