Política
PAZUELLO DEVE SE EXPLICAR POR ATO POLÍTICO COM BOLSONARO
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Brasília, DF - O ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto, e o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, se reuniram ontem para discutir o gesto do general da ativa Eduardo Pazuello de subir a um palanque político ao lado do presidente Jair Bolsonaro no dia anterior, no Rio de Janeiro. O gesto se configura uma transgressão disciplinar, segundo militares da cúpula do Exército. A informação sobre a reunião foi confirmada por fontes do Ministério da Defesa. Ficou decidido que uma posição formal sobre o caso deve ser dada pelo Exército. Até o fim da tarde desta segunda, mais de 30 horas após o ocorrido, nenhum comunicado foi emitido pela Defesa ou pelo Exército. Integrantes do Alto Comando da Força pressionam pela divulgação de uma nota em que haja uma posição do Exército em relação ao ato praticado pelo ex-ministro da Saúde. Segundo esses integrantes, está decidido que Pazuello será instado a apresentar uma defesa por escrito sobre o episódio. A apresentação de defesa ocorre dentro de um procedimento formal. Ao militar acusado é fornecido um formulário de apuração de transgressão disciplinar, para que apresente suas alegações de defesa. Essas alegações devem ser escritas de próprio punho ou impressas, devidamente assinadas. O prazo para uma resposta é de três dias úteis. A punição prevista em decreto de 2002, que institui o regulamento disciplinar do Exército, vai de advertência à exclusão da Força, podendo ocorrer também repreensão e prisão. A decisão é do comandante da Força. Se ele não agir, também pode ser enquadrado como transgressor.