Desde 2015, a Secretaria de Ciência e Tecnologia não desenvolve pesquisa relevante a respeito de energia eólica, admitem os pesquisadores da pasta, como o professor Davi Brito, da Ufal. Os investimentos têm sido no sentido de aproveitamento da energia solar. O Estado, inclusive, planejava atrair uma multinacional da energia solar fotovoltaica para se instalar no Sertão. Ao ser questionado se Alagoas demonstra interesse em desenvolver a energia eólica, o professor Márcio André avaliou que “nem tanto”. Confirmou que as pesquisas em busca de fontes energéticas que vinham acontecendo no campo eólico pararam. Antes da pandemia, ele participava de reuniões mensais, organizadas pelo Estado. Nelas se discutiam políticas energéticas. Boa parte das discussões se concentrou no desenvolvimento da energia de fontes como a solar. O Estado demonstra, até hoje, pouco interesse na fonte eólica. O professor concorda que Alagoas tem também um grande potencial no desenvolvimento da energia solar. O fator climático é favorável. Confirmou que o Estado tentava viabilizar a instalação de uma empresa estrangeira, para investir na região do Sertão, no município de Delmiro Gouveia.
SEDETUR
Apesar do interesse maior do governo em energia solar, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo se mobilizava para financiar os estudos da Ufal de atualização do Atlas Eólico de Alagoas. Com o agravamento da recessão econômica no País e no Estado, com a redução dos investimentos em projetos de Pesquisa, a Sedetur passou a trabalhar com a lógica de mercado e com o argumento principal de garantir segurança jurídica para atrair investimentos e investidores. Com a instalação de 40 empresas que atuam com energia solar fotovoltaica, os investimentos nas pesquisas e na atualização do Atlas Eólico parou. Um dos técnicos da equipe operacional da superintendência de Energia e Mineração da Sedetur, Bruno Macedo, confirmou. Ele explicou que existem trabalhos objetivando atrair investidores para a área de produção de energia alternativa de fontes limpas e de acordo com a vocação e viabilidades de cada estado. No caso de Alagoas, o aproveitamento de potencialidades e fontes como biomassa, solar e eólica na perspectiva de serem complementares à energia de fonte hidrelétrica, são consideradas. “Todas as fontes de energia limpas são importantes”. Bruno observa, entretanto, que os estados, inclusive Alagoas, buscam investimentos privados para aproveitamento das potencialidades das matrizes dentro das peculiaridades de cada local. Nesse cenário, disse que as 14 usinas de açúcar e de produção de etanol garantem a Alagoas como o primeiro do Nordeste na vocação de produção de energia com biomassa. “Outros estados do Nordeste, como Ceará, Rio Grande do Norte e outros estados, geograficamente tem condições mais favoráveis para atrair investimento na produção de energia eólica, como ocorre em regiões do sul do País”. Outro potencial do Nordeste, segundo Bruno Macedo, é a produção de energia solar fotovoltaica. Garantiu que o Estado disponibiliza toda a parte de regulação, de segurança jurídica, de inventivos e transparência pública para todos que quiserem fazer investimentos em fontes alternativas de geração de energia limpa. “Entretanto, são os investidores que determinam no que querem investir”, explicou Eduardo Macedo ao justificar os motivos que levaram o governo de Alagoas a não destinar, neste momento, recursos para a energia eólica. “A atualização do Atlas Eólico demanda grandes somas do setor público. Por falta de demanda, não ocorre o investimento público”, frisou. “Diante da potencialidade dos ventos em Alagoas, hoje não é atrativo para a iniciativa privada investir no Estado”, justificou. Os investimentos privados hoje são direcionados na distribuição de energia solar fotovoltaica. O Estado já trabalha com mais de 40 fornecedores locais.ão. AF
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