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Nº 5691
Política Um detalhe importante é que os credores não estão apenas em Alagoas, mas também em Minas Gerais

JUSTIÇA LIBERA R$ 690 MI DE PRECATÓRIOS À USINA LAGINHA

Recursos devem servir para amortecer a dívida total calculada em pouco mais de R$ 2 bilhões e beneficia os trabalhadores do grupo JL

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 11/06/2021 - Matéria atualizada em 11/06/2021 às 04h00

O capítulo final do pagamento de débitos trabalhistas a credores, aproximadamente 19 mil, da Usina Laginha ainda não tem prazo para acabar. Mas uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) devolveu esperança a quem ainda aguarda receber dinheiro pelo tempo trabalhado e negócios interrompidos. No início da semana, órgão liberou o pagamento de R$ 690 milhões de precatórios à massa falida do grupo que pertence ao industrial João Lyra. Ele deve servir para amortecer a dívida calculada em pouco mais de R$ 2 bilhões. A situação crítica dos credores, em especial centenas de trabalhadores, além de bancos e outras empresas, faz parte de um dos maiores processos falimentares já existentes no Brasil. Lyra, que já foi um dos parlamentares mais ricos a ocupar cadeira na Câmara dos Deputados, viu as empresas ruírem em 2014. De lá para cá seu nome saiu das colunas sociais para os tribunais, já que as sucessivas ações não pararam de se avolumar. Entre idas e vindas, em 2019, uma parte das dívidas - R$ 255 milhões - os chamados créditos trabalhistas chegaram a ser liberados. Os beneficiados foram trabalhadores das empresas, que quando a falência foi decretada se encontravam a alguns meses sem salários e demais direitos. Com esse valor, já foram pagos ao todo R$ 244 milhões, o que corresponde a 90% das dívidas com pessoal. Os valores corresponderam até 150 salários mínimos por credor, que foram incluídas nos créditos quirográficos. O fechamento da usina e a consequente quebra do Grupo JL, por tabela, não afetou apenas seus funcionários, mas a economia de regiões inteiras, já que o industrial era um dos maiores empregadores do Estado. No ano de 2020, o administrador da Massa Falida, José Luiz Lindoso da Silva, foi afastado da função que ocupava por determinação da Justiça. Seu afastamento foi determinado pelo desembargador Kléver Loureiro, após ação movida pela filha do industrial, a empresária Lourdinha Lyra. As razões para o afastamento incluíam má condução e omissão administrativa, conforme apontou a autora da ação. Quanto ao processo envolvendo a massa falida já ultrapassa mais de 100 mil páginas, com várias outras ações que foram sendo interpostas ao longo do processo. Um detalhe importante é que os credores não estão apenas em Alagoas, mas também em Minas Gerais, para onde o grupo expandiu suas ações empresariais. Com a nova decisão da Justiça, volta a existir a expectativa da liberação de recursos aos credores. Muitos já definidos, com valores estipulados, no caso dos trabalhistas tinham expectativa de ter recebido os valores a que têm direito no ano passado.

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