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Nº 5759
Política

CPI DA COVID PEDE CONDUÇÃO COERCITIVA DE CARLOS WIZARD

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Por JULIA CHAIB e RAQUEL LOPES - FOLHAPRESS | Edição do dia 18/06/2021 - Matéria atualizada em 18/06/2021 às 04h00

Brasília, DF - A CPI da Covid no Senado pediu a condução coercitiva e apreensão do passaporte do empresário Carlos Wizard. O depoimento do bilionário estava previsto para esta quinta-feira (17), mas ele não compareceu. Também estava marcado para esta quinta-feira o depoimento de Alexandre Silva Marques, auditor do TCU (Tribunal de Contas da União), mas a oitiva será remarcada porque a CPI foi encerrada mais cedo devido ao início da sessão deliberativa do Senado. Um dos principais alvos da comissão, Wizard informou à CPI que está nos Estados Unidos acompanhando o tratamento médico de um parente e propôs prestar depoimento de forma remota, o que não foi aprovado pelos membros da comissão. O empresário também foi ao STF (Supremo Tribunal Federal) com pedido para permanecer em silêncio durante a sessão, o que foi concedido pelo ministro Luís Roberto Barroso. Wizard é apontado como um dos integrantes do chamado gabinete paralelo, centro de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro na pandemia e que pregava o negacionismo, em particular a defesa da hidroxicloroquina e a recusa à vacina. Ele já teve na semana passada seus sigilos telefônico e telemático quebrados pela comissão. A medida é vista como forma de pressão, uma vez que enxergam que o empresário busca obstruir a apuração dos fatos que o envolvem. As investigações da CPI estão direcionadas aos 14 integrantes do grupo de assessoramento ao presidente paralelo à estrutura do Ministério da Saúde. Por meses, médicos, atuais e ex-assessores palacianos, um empresário e até um congressista desprezaram a importância da vacina e enalteceram, em sintonia com Bolsonaro, a defesa de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19. Como o jornal Folha de S.Paulo mostrou, o gabinete paralelo participou de ao menos 24 reuniões no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada. Nelas estavam, por exemplo, a oncologista Nise Yamaguchi -em cinco encontros- e o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que foi a 11. Há elementos ainda da participação de mais seis médicos. Segundo o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a comissão deverá votar até a semana que vem requerimento que pede a quebra de sigilo das empresas de Wizard. Nesta quinta, durante rápida abertura da sessão, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), criticou a conduta do empresário. “O que me espanta é um cidadão procurar o STF para conseguir um habeas corpus para vir a essa CPI para ficar em silêncio nas perguntas que forem feitas a ele e ele não aparece. Então para que foi ao Supremo sendo que não vinha? O ministro Barroso com certeza tem muitos afazeres dentro do trabalho como ministro do STF”, disse Aziz. Nesta sexta-feira (18), a CPI ouvirá os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves. A comissão também deve analisar requerimentos que pedem a convocação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e pedido para realização de audiência sigilosa com o ex-governador fluminense Wilson Witzel (PSC). Witzel, que sofreu impeachment, prestou depoimento à CPI nesta quarta-feira (16) e solicitou uma reunião reservada com membros do colegiado para revelar fatos, segundo ele, em segredo de Justiça. Ainda está na pauta de requerimentos a serem analisados pela comissão nesta sexta solicitação de quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático de Carlos Eduardo Sanchez, presidente do conglomerado de empresas que detém a farmacêutica EMS. Os senadores investigam se ele recebeu favorecimentos do governo federal. Já para a próxima semana estão marcados depoimentos de dois membros do gabinete paralelo. Na terça-feira (22) será a vez de Terra. O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência Filipe Martins deve depor na sexta-feira (25). Já na quarta-feira (16) é a vez do dirigente da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano. Foram quebrados o sigilo de Emerson e de pessoas ligadas a outras farmacêuticas, como Renato Spallicci, presidente da Apsen, e José Alves Filho, da Vitamedic.

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