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Política Roberto Moisés faz parte da equipe que veio do Rio de Janeiro para ocupar cargos em AL

GESTOR DO AL PREVIDÊN É RESPONSABILIZADO POR ROMBO DE R$ 31,5 BI

CPI da Assembleia do Rio de Janeiro inclui Roberto Moisés na lista de culpados por prejuízo bilionário nas contas do Rioprevidência

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 19/06/2021 - Matéria atualizada em 19/06/2021 às 04h00

O presidente do Alagoas Previdência, Roberto Moisés dos Santos, está entre os 18 “responsabilizados” no relatório final aprovado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instituída pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que durante 24 meses investigou operações de créditos e antecipação de royalties que, segundo a CPI, causaram prejuízo R$ 31 bilhões ao Rioprevidência [Previdência dos servidores do Rio de Janeiro]. Entre os “responsabilizados” [se o caso estivesse na policial os acusados seriam denunciados] estão os ex-governadores do Rio, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, o diretor-presidente da Rioprevidência e presidente do Conselho Administrativo da instituição, Régis Moisés dos Santos - irmão do presidente do AL Previdência, além de outros 14 integrantes da equipe econômica dos governadores presos. O Ministério Público Federal, Ministério Público do Rio de Janeiro, a Advocacia Geral da União, Polícia Federal (RJ), Tribunal de Contas do Rio e Ministério Público de Contas do RJ estão com cópias do relatório final. Os parlamentares do Rio acreditam em desdobramentos na Justiça Federal e estadual, revelou o presidente da CPI, deputado Flávio Serafini (Psol). O presidente do AL Previdência, Roberto Moisés, faz parte da equipe que veio do Rio de Janeiro para ocupar postos estratégicos do governo Renan Filho (MDB), na Secretaria de Estado da Fazenda, na instituição previdenciária e outras repartições. O secretário da Fazenda de Alagoas, George Santoro, chegou a ser investigado pela CPI da Alerj. Entretanto, o nome dele não aparece no relatório final que investigou a conhecida “Operação Delaware”. O ex-secretário da Fazenda do Rio, no período de 2007 a 2010, Joaquim Vieira Ferreira Levy, também foi “responsabilizado”. O caso deverá ter novos desdobramentos entre os órgãos de fiscalização e controle federal e estadual, acreditam os parlamentares da CPI. Em 21 meses de trabalho a Alerj mobilizou, além de parlamentares e técnicos da Alerj, especialistas do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE) e do Grupo de Atuação Especializada em Combate à Sonegação Fiscal e aos Ilícitos Contra a Ordem Tributária (GAESF/MPRJ). A conclusão foi de que foram praticados crimes contra as finanças públicas e o Regime Próprio de Previdência Social do Rio. Um prejuízo superior a R$ 17 bilhões, foi constatado entre 2005 e 2015, causado pela ausência de repasses previstos por lei. Sem dinheiro para pagar os aposentados e pensionistas do Rio de Janeiro, os gestores do Rioprevidência fizeram empréstimos internacionais junto com operações do governo daquele estado. De acordo com a CPI, as operações internacionais não contaram com chancela de nenhuma autoridade federal, do tesouro nacional, nem do Senado, foi sem procedência e validade técnica. A CPI propõe a interrupção da vigência da Operação Delaware e que os órgãos responsáveis adotem medidas legais cabíveis para que o Banco do Brasil, o BNP Parribas e a Caixa Econômica, dentro das suas respectivas funções no processo, sejam punidos. O presidente da CPI do Legislativo do Rio, Flávio Serafini (Psol/RJ) afirmou a Gazeta que o trabalho da CPI mostra que “os R $17 bilhões que deveriam ter ido para o Rioprevidência pagar os aposentados tiveram outras finalidades, como pagar o custeio da máquina pública. Isto levou os gestores do instituto a pegar empréstimos bilionários, o que aumentou os prejuízos para R $31 bilhões. Agravando, assim, a crise quando houve a redução no valor do barril de petróleo”, disse Serafini. O relator da CPI, deputado Waldeck Carneiro (PT), disse que o que se constatou foi que as regras estabelecidas nessas operações protegiam os interesses dos investidores e não do Rioprevidência.

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