Em entrevista nessa quarta-feira (28), o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (Progressistas-AL) afirmou que o sistema da urna eletrônica é confiável e que o Brasil sempre terá eleições. “Nós teremos sempre eleição como forma de escolher nossos representantes no Brasil. Teremos eleições em 2022, 2024, 2026 e sempre”, pontuou.
O presidente da Câmara descartou a chance de ruptura política em caso de rejeição da proposta de Voto Auditável pelos deputados federais, mas ponderou que a aprovação da matéria traria uma resposta a uma parcela da população.
Arthur Lira também listou as prioridades para o segundo semestre de 2021 e confirmou que pretende pautar a Reforma do Imposto de Renda na primeira semana da volta do recesso. “Vamos analisar também a privatização dos Correios, além das reformas Política e Administrativa. Temos ainda que discutir a Reforma Eleitoral. A Câmara dos Deputados segue fazendo seu papel, que é aprovar modernização legislativa, sempre em discussão com a maioria dos líderes”.
Questionado sobre o Orçamento, o presidente voltou a defender a desvinculação e desindexação da peça. “96% do Orçamento está vinculado a pastas como da Educação e Saúde e isso leva os prefeitos do Brasil todo ao engessamento da gestão. Se o Congresso quiser colocar uma emenda para o Meio Ambiente, uma política super importante, o prefeito não tem como fazer”, comentou. Lira ainda esclareceu que o que chamam de orçamento secreto jamais foi secreto. “Trata-se do orçamento do relator-geral e é feito assim há muitas décadas, o que mudou é que hoje é pulverizado”.
Arthur Lira ainda reforçou que vai discutir o semipresidencialismo para 2026. “Caso aprovado, o semipresidencialismo torna o Congresso corresponsável pela gestão. E (caso haja mudança no comando) sem instabilidade política”.
Por fim, o presidente da Câmara avaliou que até o final do ano o Brasil será um dos países que mais vacinou no mundo, “porque 94% da população deseja”. Lira também defendeu a utilização do fundo eleitoral para bancar as campanhas de 2022, negou que a projeção de valor chegue a R$ 5,7 bilhões e questionou como seria a forma de financiamento da política sem esse tipo de recurso. Em entrevista à Globonews, ele lembrou que, com restrição ao financiamento privado, sobraram apenas os recursos públicos para pagar as campanhas eleitorais. "A primeira discussão é essa. Nós temos outra maneira de financiar a política e a democracia no Brasil? Nós temos como manter a democracia sem um sistema claro?", disse. "De onde virão os financiamentos se por acaso nós não tivermos recursos suficientes? Talvez das milícias? Talvez do tráfico? Talvez das influências das igrejas? De alguns outsiders e personalidades que estão de maneira momentânea ou tangencial participando da política? Essa é a discussão que tem que ser feita".
* Com Folhapress