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DEPUTADO APONTA SALÁRIO DE R$ 70 MIL PAGO A SERVIDOR DA SESAU

Segundo Davi Maia (DEM), supersalário é pago com dinheiro federal que deveria ser usado para combate à pandemia de Covid em Alagoas

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Davi Maia explicou ainda que essa denúncia é resultado de um levantamento que tem apontado várias irregularidades
Davi Maia explicou ainda que essa denúncia é resultado de um levantamento que tem apontado várias irregularidades -

Após sete tentativas de apurar informações sobre a folha de pagamento e plantões dos profissionais da Covid-19, o deputado Davi Maia (DEM) descobriu que há, na Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), um servidor ganhando R$ 70 mil por mês. Para justificar o supersalário, o profissional aparece em plantões no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e em um hospital. A investigação do parlamentar aponta que essa estratégia de plantões foi feita para encobrir os desvios do dinheiro do governo federal, encaminhado para Alagoas, da Controladoria Geral da União (CGU). Por isso, a ação pode figurar como peça chave para subsidiar a CPI da Covid-19, no Senado Federal. “Já temos o nome desse profissional que recebe esse supersalário, tirando plantões nos três horários e em locais diferentes. A denúncia com todos os detalhes ocorrerá na sessão desta quarta-feira da Assembleia Legislativa. Tentamos pelos meios legais, protocolando pedidos que chegaram a sete e até agora nada. Então, fomos na secretaria e buscamos mais uma vez os detalhes, agora, com a Diretoria de Recursos Humanos”, disse Davi Maia.

Tudo indica que, em pouco mais de um ano, o médico - e sua habilidade de ser onipresente - tenha embolsado pouco mais de R$ 800 mil. Para o parlamentar, um volume assim não ocorreria se não fosse uma pessoa com grande influência na Sesau e a conivência de sua direção. Os detalhes da investigação do parlamentar, que agiu durante todo o tempo conforme sua atribuição, será repassado para o senador Eduardo Girão (Podemos/CE), afim de que possa subsidiar um pedido de convocação dos responsáveis. Na denúncia, que já consta em sua rede social, Davi Maia aparece dentro da Sesau, desmentindo a informação de que todos os dados sobre plantões, salários e benefícios estão expostos. De posse do celular e de páginas impressas do site, ele provou que muitos dados são omitidos. A principal suspeita é que o pagamento de plantões e gastos com pessoal dificultou a apuração da CGU sobre os repasses feitos para combate à Covid-19, além de que o dinheiro era usado para a contratação de pessoal. As contratações ocorreram de forma precária para atender a emergência sanitária. O parlamentar explicou ainda que essa denúncia é resultado de um levantamento que tem apontado várias irregularidades na pasta, desde que o secretário Alexandre Ayres optou por transformar o órgão em base para sua campanha eleitoral.

Na semana passada, o próprio Davi descobriu que dezenas de pessoas com experiência e qualificadas para as funções técnicas têm sido dispensadas para que parentes de aliados e futuros cabos eleitorais sejam empregados.

Somente o avanço das investigações e, possivelmente, o envolvimento dos órgãos de fiscalização e controle vão confirmar para onde o dinheiro está indo. Não está descartado, por exemplo, que pudesse até financiar uma ou mais campanhas eleitorais. “Vamos reunir tudo o que pudermos para repassarmos em detalhes para os órgãos de fiscalização e controle, bem como a própria Polícia Federal e, principalmente, a CPI do Senado Federal”, concluiu Davi. Conforme o deputado, muitos fatos precisam ser apurados, desde os R$ 5 milhões dos respiradores que nunca chegaram e os recursos nunca foram devolvidos, passando pelo uso político da Secretaria, com a contratação precarizada de pessoal e a sonegação diária de informações.

OUTRO LADO

Por meio de nota, a Sesau informou que aguarda a denúncia oficial do deputado Davi Maia, já que, no momento, “ele faz ilações sem citar o nome de qualquer servidor da pasta”.

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