app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5852
Política Portal da Transparência traz o detalhamento dos pagamentos efetuados pelo governo de AL ao médico Marcos Ramalho

SUPERSALÁRIO RENDEU R$ 343 MIL EM 6 MESES A BRAÇO DIREITO DE AYRES

Pagamentos a Marcos Ramalho constam como pagos, exceto quatro que constam como “sem situação”, segundo Portal da Transparência

Por Da Redação | Edição do dia 20/08/2021 - Matéria atualizada em 20/08/2021 às 04h00

/Braço direito de Ayres, Ramalho deu 42 plantões no Samu e no Hospital Metropolitano
/Portal da Transparência traz o detalhamento dos pagamentos efetuados pelo governo de AL ao médico Marcos Ramalho

Documentos do Portal da Transparência obtidos pelo deputado estadual Davi Maia (DEM) mostram que, nos primeiros seis meses deste ano, o braço direito do secretário de Saúde de Alagoas, Alexandre Ayres, o médico Marcos Ramalho, embolsou R$ 343.975,00 em remuneração por plantões em unidades de saúde do Estado. O montante recebido pelo braço direito de Ayres equivale a uma média mensal de R$ 57.329, que, quando somado ao salário de R$ 15.272, dá um supersalário de R$ 72.601,61. Ramalho, além de médico, é secretário-executivo de Saúde de Alagoas. Na lista do Portal da Transparência, os pagamentos constam como pagos, exceto quatro que constam como “sem situação”. Na denúncia, o deputado aponta que Ramalho estaria desempenhando diversas funções. Além de secretário Executivo, ele atuaria como plantonista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e como diretor do Hospital Metropolitano, além de ser plantonista no mesmo hospital. O deputado classificou a situação como “inacreditável e humanamente impossível’’. O deputado informou que, no mês de abril, o braço direito de Ayres deu 42 plantões no Samu e no Hospital Metropolitano. Ainda de acordo com a denúncia, Ramalho realizou 14 plantões no mês de março, ao mesmo tempo no Samu e no Hospital Metropolitano. Outro fato levantado por Maia é que, em alguns dias que Ramalho aparece como plantonista no Samu, ele postou nas redes sociais sua presença em atividades políticas. Foi assim em 19 de janeiro, quando ele estava na escala de plantão do Samu à noite, mas, de fato, estava no aeroporto com outras autoridades acompanhando a chegada de vacinas em Alagoas. Enquanto denunciava a situação, o deputado pediu apoio aos colegas, mais uma vez, para instauração de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito], visando investigar os gastos do Poder Executivo no combate à pandemia de Covid-19. Maia também informou que toda a documentação que comprovaria a irregularidade na remuneração do secretário-executivo será encaminhada ao Ministério Público de Alagoas (MPAL) e ao Ministério Público Federal (MPF), com requerimento para apuração dos fatos.

OUTRO LADO

Em nota, a Sesau negou qualquer irregularidade, declarando que todos os profissionais que atuam na linha de frente da Covid-19 estão recebendo salários “dentro da média do mercado”. O pronunciamento não esclarece, no entanto, as acusações feitas por Davi Maia acerca de possíveis irregularidades na jornada de trabalho de Ramalho. Confira:

A Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau/AL) esclarece que todos os profissionais que atuam na linha de frente da Covid-19 estão recebendo salários dentro da média do mercado desde o início da pandemia. Não há caso individual, exceções ou favorecimento sejam enfermeiros, médicos, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, entre outros. Assim como não há qualquer tipo de ilegalidade no processo de remuneração desses quase 4000 profissionais que estão há 18 meses trabalhando incansavelmente para salvar vidas. O Estado de Alagoas obteve um dos melhores resultados do Brasil no enfrentamento à doença e não mediu esforços para que não houvesse escassez de profissionais de saúde e para que todos eles tivessem as melhores condições de trabalho na batalha contra um vírus desconhecido.

A reportagem, por sua vez, procurou o secretário-executivo, mas, até o fechamento dessa edição, ele não se posicionou sobre as denúncias apresentadas por Maia no plenário da ALE.

Mais matérias
desta edição