O promotor de Justiça de Campo Grande, Lucas Mascarenhas, afirmou que a prisão do candidato a vice-prefeito José Rozendo dos Santos - o “Pimenta” - foi autorizado pela Justiça. Como o caso corre em segredo de justiça, o juiz eleitoral da comarca, Alberto de Almeida, não vai se pronunciar a respeito da prisão provisória, afirmou uma fonte do cartório eleitoral. O vice-prefeito foi preso temporariamente por suspeita de compra de votos na zona rural. O promotor não confirmou as especulações de possível cassação da chapa liderada por Téo Higino (Republicano), de quem “Pimenta” é vice. “O caso corre em sigilo de justiça”, informou o promotor via assessoria de comunicação do Ministério Pública Estadual (MP) ao confirmar que o candidato a vice é suspeito de “possível” compra de votos. Mas o caso continua em investigação. Na verdade, a investigação acontece há 15 dias. A Polícia Civil montou uma operação sigilosa que começou ontem às 4 horas da manhã. Prendeu José Rozendo dos Santos e mais três pessoas, também suspeitas de envolvimento no aliciamento de eleitores. Fontes do Ministério Público Eleitoral e da Polícia Federal confirmam que o vice-prefeito estava sendo investigado numa operação que corre em segredo de justiça. O acusado estaria, supostamente, tentando aliciar eleitores e comprar votos na zona rural do município, que fica a 172 quilômetros da capital. A primeira informação da prisão ontem pela manhã foi confirmada pelo ex-prefeito Arnaldo Higino, tio do candidato Teó Higino. “A assessoria jurídica do candidato Téo Higino considera a prisão arbitrária e está entrando com ações na justiça para revogar a prisão ocorrida às primeiras horas da manhã. Isto é uma armação para prejudicar o candidato Téo Higino”, diz o ex-prefeito, que assessora politicamente o sobrinho. Mais dois candidatos disputam a prefeitura na eleição suplementar marcada para o dia 2 de setembro: Cícero Pinheiro (MDB) e Inês Correia (PSD). Desde primeiro de janeiro, a cidade é governada provisoriamente pela presidente da Câmara dos Vereadores, Josefa Barbosa (PRB). Ela evita falar com a imprensa sobre os problemas de gestão da cidade. Mas a maioria dos 10 mil habitantes reclama de atrasos de salários dos servidores públicos da Saúde, da Educação e problemas gerenciais na saúde pública municipal. O prefeito eleito com 51,40% dos votos, Arnaldo Higino (PP), teve seu registro de candidatura indeferido e a chapa cassada em todas as instâncias da Justiça Eleitoral por atos de improbidade administrativa e prática incompatíveis no município, conforme constatou o Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Eleitoral. O prefeito poderia recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para assumir o seu quinto mandato. No entanto, disse que acataria a decisão final do TSE que o tornou inelegível e admitiu que depois de resolver a pendência com a Justiça Eleitoral pretende retornar a política na sua região. Campo Grande é uma cidade pacata do agreste alagoano. Mas hoje há um clima de disputa acirrada entre as duas chapas que lideram as pesquisas de intenção de votos na cidade. Entre os três candidatos há um clima de animosidade e acusações mútuas. A cidade também está dividida e quer a eleição para acabar com a gestão provisória que gerou desequilíbrio na economia local e paralisou as obras públicas que empregavam dezenas de trabalhadores.