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Nº 5861
Política Ambulâncias do Samu estão encostadas nas oficinas à espera de conserto para poder rodar

SAMU TEM AMBULÂNCIAS SUCATEADAS E FROTA É AMEAÇA À POPULAÇÃO

Deputados e servidores afirmam que mais de 70% da frota não presta e os equipamentos especiais dos veículos funcionam “no improviso”

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 28/08/2021 - Matéria atualizada em 28/08/2021 às 04h00

Um dos serviços fundamentais da saúde pública para os 3,3 milhões de alagoanos é o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Entretanto, o setor que ultimamente contribuí também com supersalários de funcionários que ganham acima de R$ 70 mil por mês para trabalhar em plantões no mesmo dia, no mesmo horário e em até três lugares diferentes, conforme denúncias de deputados estaduais, hoje é o retrato da crise de gestão na Secretaria de Estado da Saúde. A base central no bairro do Farol é um prédio hermeticamente fechado, com pintura surrada, salas pequenas, desconfortáveis, onde até a atendente trabalha de forma improvisada num corredor estreito. No pátio lateral, viaturas velhas se misturam com servidores insatisfeitos que reclamam das condições de trabalho e de atrasos no pagamento de férias. O setor que já teve uma frota, somente em Maceió, com 35 ambulâncias em governos anteriores, está com 19 veículos na capital. Mais de 80% das viaturas estão sucateadas e com dificuldades para atender os 1,3 milhão de maceioenses. Segundo os condutores, por conta dos pneus carecas, problemas mecânicos, as viaturas que ainda “rodam” não podem passar dos 60 quilômetros por hora. Entre as ambulâncias, apenas quatro ainda estão operando e mais duas extras atendem as vítimas contaminadas pelo coronavírus. As reservadas para o atendimento da população, duas passam o maior tempo nas oficinas mecânicas espalhadas ao longo da Avenida Durval de Góes Monteiros. Nas que ficam próximas ao novo viaduto da PRF é comum ver as ambulâncias paradas. Os mecânicos explicam que as viaturas aguardam a chegada de peças.

PARLAMENTO

O deputado Cabo Bebeto (PTC) disse, no plenário da Assembleia Legislativa, que enquanto o estado continua fazendo mais quatro nomeações de servidores para trabalharem na vice-governadoria do Estado que não tem vice-governador [o vice- Luciano Peixoto (MDB) se afastou no ano passado para disputar a vencer a eleição de prefeito de Arapiraca contrariando a vontade do governador Renan Filho (MDB)] e mesmo assim tem 26 funcionários, tem dinheiro para engordar salários de super funcionários e as ambulâncias do Samu que ainda conseguem rodar estão com pneus carecas e problemas mecânicos. Confirmou ainda que, as ambulâncias não podem trafegar a mais de 60 quilômetros por hora por conta da improvisação dos consertos mecânicos, andam com macas improvisadas, o sistema de ar - condicionado interno quebrado e motoristas insatisfeitos.

A maioria dos 120 técnicos e 100 condutores, ajudantes de manutenção e de serviços gerais também confirmam as denúncias dos deputados Davi Maia (Democratas), Dudu Ronalsa (PSDB) Cabo Bebeto e para a reportagem da Gazeta acrescentaram que “enquanto a Sesau tem dinheiro para pagar salários milionários, alguns estavam com atraso de pagamento de duas e três férias. “Aí sai de férias e não recebe. Estou indo para a terceira férias e não sei quando vou receber as outras duas”, disse um dos condutores na porta da base.

DEFESA

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio do Samu, informa, via assessoria de comunicação, que, 19 ambulâncias reguladas pela Central Macro I estão operando normalmente e que, atualmente, nove Unidades de Suporte Básico (USB) reservas e três USBs de Bases Descentralizadas estão em manutenção periódica. Esclareceu ainda que estes veículos em manutenção não afetam os serviços de atendimento do Samu Alagoas. Ressaltou que a manutenção dos veículos é uma medida preventiva, para garantir a saúde e segurança do trabalho dos socorristas, além de garantir maior qualidade nos atendimentos às vítimas. Informou que, além das viaturas com equipes completas e todos os suprimentos necessários (medicamentos e equipamentos médicos), duas equipes de motolâncias, profissionais da saúde que chegam de moto às ocorrências, reforçam o atendimento e agilizam o socorro até a chegada das viaturas. Com relação à denúncia de pagamento de férias em atraso, a Sesau afirma que todos os pagamentos têm sido efetuados de forma regular. Os dois parlamentares governistas Ronaldo Medeiros (MDB) e o líder do governo Sílvio Camelo, que nas últimas semanas contra-atacam os colegas parlamentares que afirmam: “a saúde pública virou caso de polícia”, dizem que a oposição faz críticas com “meias verdades”. Segundo Camelo, o caso das ambulâncias do Samu será resolvido em breve “já foi licitado e contratado 150 ambulâncias. Talvez, o motivo de as ambulâncias não passarem de 60 km/h pelas ruas de Maceió não seja pneus carecas e nem problemas mecânicos. Podem ser os buracos já que a capital virou uma cratera só”, atacou o líder do governo direcionando as críticas ao deputado Davi Maia aliado declarado do prefeito JHC (PSB). O deputado confirmou ainda que realmente “tem 100 médicos que dão plantão e tem grandes salários. Isto acontece porque eles merecem. Vamos lutar para que os outros também façam jus às grandes remunerações”.

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