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Nº 5856
Política Desfile de 7 de Setembro deixa de ser realizado pelo segundo ano por causa da Covid-19

DESFILE DE 7 DE SETEMBRO É SUSPENSO POR CAUSA DA PANDEMIA

Enquanto as forças de segurança ficam recolhidas, Grito dos Excluídos está mantido e vai ganhar as ruas

Por RAPHAEL ALVES e CLARIZA SANTOS | Edição do dia 04/09/2021 - Matéria atualizada em 04/09/2021 às 04h00

Pelo segundo ano seguido, os tradicionais desfiles de 7 de setembro em Maceió não serão realizados devido à pandemia da Covid-19. Os desfiles na orla do Jaraguá terão de esperar um pouco mais para acontecer. O feriado trabalhista continua valendo, mas os desfiles foram cancelados para não criar aglomerações. As únicas demonstrações que vão acontecer serão “somente uma ação discreta interna”, segundo o assessor do Gabinete Civil, Wellington Santos. A taxa de ocupação de leitos no estado diminuiu bastante. Atualmente o Estado tem somente 9% de leitos de UTI ocupados - porém, o estado do Rio de Janeiro tem 96% de ocupação de leitos e permanece fechado, devido à variante Delta. Se por um lado o desfile cívico-militar está suspenso, o tradicional Grito dos Excluídos segue de pé. “Como o dia 7 de setembro é conhecido como o Dia da Independência, nós vamos estar também celebrando o 27º Grito dos Excluídos. Ele é uma articulação e iniciativa das pastorais da Igreja Católica e tem exatamente como intuito, no sentido, inclusive, de se contrapor à ideia de independência, mas uma independência que gerou excluídos. É uma Independência que deixa à margem milhões de brasileiros e brasileiras excluídos dos direitos básicos que existem na sociedade”, disse Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST. A ideia, segundo ela, é que esse grito possa dar voz aos excluídos. O grito tem como tema central ‘a vida em primeiro lugar’ e o lema ‘o direito à participação popular’, na luta por moradia, por trabalho, por comida, por saúde para todos. “A ideia é que a gente possa ir às ruas justamente para poder denunciar e seguir denunciando o momento em que nós vivemos. Toda essa ofensiva contra o povo brasileiro. o aprofundamento da miséria. da fome, o aprofundamento das desigualdades sociais, e possibilitar que os excluídos possam estar efetivamente colocando das suas demandas das suas necessidades, que vão desde direito à moradia, o direito à terra, o direito à saúde, direito a vacina, direito ao trabalho ou emprego, o direito a comida, alimentação, que tem sido tão difícil para muitos e muitas brasileiras”, pontuou Débora. Haverá ato em Maceió e no interior de Alagoas, como Arapiraca e Delmiro Gouveia e a outras cidades que também estão se articulando e devem estar confirmando daqui para o final de semana. “Nesse momento para também denunciar e pedir o fora deste governo que tem negligenciado direitos, que têm negligenciado as condições para que o nosso corpo possa viver e passar por esse momento tão difícil de pandemia desde o ano passado”, concluiu Débora Nunes. Este ano, o movimento se une à campanha nacional #ForaBolsonaro, contra o desemprego e contra a fome que assolam o país. “Estamos vivendo um momento de crises – social, ambiental, sanitária, humanitária, política e econômica – sobretudo causadas pela ação nefasta de um governo genocida, negacionista e promotor do caos que visa principalmente destruir, de qualquer forma, a democracia e a soberania do nosso país”, denuncia a organização. “O Grito dos Excluídos e das Excluídas é um processo de construção coletiva, é muito mais que um ato. Por isso, nossa luta não se encerra no dia 7 de Setembro”, afirma a coordenação do movimento. “Nossa luta é uma maratona”.

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