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DEPUTADO CRITICA UFAL POR RESERVAR MAIS DE 70% DE COTAS EM EDITAL: 'SEGREGAÇÃO'

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A maneira como vai se destinar as vagas reservadas para cotas no edital de abertura de processo seletivo para o Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi motivo de um amplo debate durante a sessão na Assembleia Legislativa (ALE), nesta quarta-feira (29). O deputado Cabo Bebeto (PTC) levou o tema ao plenário e classificou a decisão do Conselho Universitário como segregadora e discriminatória, além de criticar o fato de que o programa destina mais de 70% das vagas para cotistas. Consta no edital que, do total de vagas para o mestrado (38), oito serão destinadas para negros (as), 4 para indígenas, 4 para deficientes, 4 para pessoas trans (transgênero, transexual e travesti), 4 para refugiados e 4 para assentados. Desta maneira, seriam 28 vagas aos candidatos cotistas, representando 74% da oferta. Para o doutorado, são 22 vagas, sendo 5 para negros, 3 para indígenas, 3 para deficientes, 3 para pessoas trans, 3 para refugiados e mais 3 para assentados, totalizando 20 vagas reservadas para as cotas (91%). De acordo com as regras do processo seletivo, os candidatos das cotas de ações afirmativa concorrem entre si, sendo aprovado e classificado aquele que obtiver maior nota. Se não houver candidatos negros, indígenas, deficientes, pessoas trans, refugiados ou assentados aprovados em número suficiente para ocupar as vagas reservadas, essas serão revertidas para a ampla concorrência. “Absurda a maneira como este processo seletivo está sendo conduzido e quer obrigar o cidadão a se adequar ao que se quer segregar. É como se fosse o apartheid do bem. Eu aconselho a estas pessoas que se inscreveram a não aceitar serem tratadas como subumanas. Isto está segregando a sociedade e vamos pagar um preço muito alto por isto”, avaliou o Cabo Bebeto, em pronunciamento na tribuna da ALE. Em aparte, o deputado Bruno Toledo (PROS) disse ser favorável à política de cotas desde que o único requisito seja a vulnerabilidade social comprovada do candidato. “Não se pode julgar que um ser, por sua etnia, gênero ou cultura tenha menos condições de alguém diferente dele. Não podemos compreender, por exemplo, que uma pessoa de pele negra tenha demérito. Aí está o preconceito velado”. Para Ronaldo Medeiros (MDB), a atitude do Programa de Pós-Graduação da Ufal é louvável por ter uma visão social de inclusão. Segundo ele, se as cotas não existissem, muitos alunos que hoje estão estudando na universidade não teriam chances de entrar. “Que oportunidade tinha o filho de um pobre? As cotas são para igualar as condições e dar mais oportunidade a todos”, avalia.

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