PP SE DISTANCIA DO MDB E DEVE ELEGER ALIADO PARA 'GOVERNO TAMPÃO'

As críticas do presidente do diretório estadual do PP e presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, contra a falta de protagonismo do governo estadual, que não reduz a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços) dos combustíveis para provocar redução dos preços, inclusive dos produtos da cesta básica, e a “arrogância” do governador Renan Filho (MDB) ao se “gabar” de reduzir o número de contaminação e mortes por coronavírus no estado, sem creditar ao governo federal a compra da vacina que já imunizou mais de 30% da população, como reclamou o próprio Lira na quarta-feira (28) ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fazem aumentar o distanciamento político entre o PP e MDB para as eleições gerais. O distanciamento enfraqueceu também o partido do governador no Legislativo estadual e nos municípios. Os progressistas têm apoio da maioria dos prefeitos e vereadores. No Legislativo. a maioria dos deputados, inclusive governistas, promete votar no nome do presidente da ALE, Marcelo Victor (Pros) - aliado assumido de Lira - para o cargo de governador interino, caso Renan Filho se afaste de cargo em abril. Como Alagoas não tem vice-governador desde o ano passado, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (Solidariedade), aparece entre os 27 deputados estaduais como o mais cotado numa provável eleição interna do Parlamento estadual, para indicar o governador em caso de vacância do cargo pelo titular, o que deve acontecer se Renan Filho participar do pleito como anuncia. O ex-vice-governador Luciano Barbosa (MDB) deixou o cargo no ano passado, perseguido pela família Calheiros por ter se candidatado nas eleições municipais. Venceu o pleito e hoje é o prefeito de Arapiraca, a segunda cidade mais importante do estado. A primeira é Maceió, onde o MDB também foi derrotado. Nos bastidores políticos, haviam indicativos de que o deputado Marcelo Victor seria convocado para ser governador tampão dentro da suposta aliança com o PP e MDB, com a possibilidade constitucional de o deputado poder ser candidato à reeleição do cargo de governador.

Ao ser questionado pela Gazeta se assumirá o governo do Estado a partir de abril, o presidente da ALE respondeu, laconicamente, que “não sei”. Explicou que esta possibilidade depende da direção dos partidos, de entendimento, da vacância do cargo e dos deputados. “Oficialmente, a única coisa certa é que o governador é Renan Filho e eu sou candidato a reeleição”. No entanto, a maioria dos deputados defende o nome de Victor como governador tampão, independentemente das composições partidárias. A maioria dos quatro deputados do PP demonstra apoio ao presidente do diretório estadual e em segundo lugar ao presidente do Legislativo. O deputado Tarcizo Freire, por exemplo, foi taxativo, “sigo a orientação do presidente do PP e presidente da Câmara federal, deputado Arthur Lira. Marcelo Victor é aliado de primeira hora do PP e do deputado Arthur. Se assumir o governo tampão, será bom para Alagoas. Preenche as condições políticas e morais. Se [Marcelo Victor] indicar outro nome do legislativo para completar o mandato do governo, apoiarei”. Outra progressista com bases sólidas no sertão e agreste, deputada Ângela Garrote segue a orientação do partido. “O candidato do PP para um possível mandato tampão é Marcelo Victor”. No entanto, considerou que a discussão passa primeiro pelo presidente do Partido. “Sigo a orientação de Arthur Lira ”.