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ECONOMISTA DEFENDE COERÊNCIA NA INSTALAÇÃO DE NOVAS EMPRESAS

Para Cícero Péricles, empreendimento deve gerar poucos empregos e pode comprometer aproveitamento melhor do porto vinculado ao turismo

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Os economistas e pesquisadores das vocações econômicas de Alagoas sustentam que negócios em momentos como este de retomada dos setores produtivos, de geração de emprego e renda são sempre bem-vindos. Porém, alertam para a necessidade de manter coerência e articulação entre as atividades. Um dos que defendem a tese é o professor-doutor Cícero Péricles. Sem entrar no mérito técnico ambiental da implantação do Centro Distribuição de Petróleo no Porto de Maceió, ele considerou que o momento “não é interessante a implantação do empreendimento”. Péricles disse não ver a interface da empresa petrolífera com as empresas alagoanas. A nova empresa, neste primeiro momento, atuará como um entreposto para as plataformas. “Isso, na prática, gera pouco emprego e retira do Porto de Jaraguá a possibilidade de aproveitamento melhor como a implantação de um terminal amplo receptivo de turismo, como se planeja há anos”. O economista não percebe a relação comercial do entreposto com as atividades empresariais do Estado. “Economicamente este empreendimento é discutível”. Como exemplo, citou o caso da mineradora Vale Verde, que opera no Agreste alagoano e o governo de Alagoas dizia que o empreendimento geraria mais de um milhão de empregos. No entanto, a empresa cava buraco com máquinas, retira cobre e exporta. “A mineradora não se vincula às empresas alagoanas nem cria os empregos prometidos. O setor é automatizado e não gera tantos empregos assim”. Péricles destacou que o terminal de contêineres e o terminal receptivo no Porto geram empregos, renda e se vinculam aos diversos segmentos econômicos. “Um espaço no porto vinculado ao turismo é muito mais interessante do que empreendimentos que podem comprometer as vocações e as potencialidades”. Ele considerou como aspecto negativo os problemas ambientais que uma empresa de distribuição de petróleo pode gerar. Porém, preferiu deixar o tema para os ambientalistas. “Buscar investimento de qualquer jeito sem avaliar os prós e contras não é o melhor caminho para se construir uma economia sólida com perspectivas de inclusão neste momento. Não é qualquer coisa que interessa”. Péricles defende atividade integrada com Alagoas. “Ao que parece, essa central de Distribuição de Petróleo vai estar integrada às refinarias de Pernambuco e da Bahia. Muito pouco com a economia de Alagoas”, destacou.

PETROLÍFERA

No dia 23, ocorreu a assinatura do contrato de operação de apoio logístico offshore no Nordeste entre o Porto de Maceió e a Nitshore Engenharia e Serviços Portuários. O evento inaugurou o projeto de exploração e prospecção de petróleo e gás pela ExxonMobil do Brasil em parceria com a Nitshore. Essa iniciativa pode gerar um ciclo de desenvolvimento na região. Segundo o administrador do Porto de Maceió, Dagoberto Omena, o contrato assinado consiste no uso temporário, na exploração de áreas e instalações portuárias na poligonal do Porto Organizado de Maceió, as quais serão destinadas às atividades de atendimento e apoio logístico offshore. “A nossa localização é muito boa para esse tipo de serviço. De início, já podemos garantir que teremos ampliação de negócios e geração de empregos em Maceió, pois a Nitshore faz a ponte com a ExxonMobil, que planeja ampliar a exploração de petróleo no Brasil”, disse o administrador. Para o diretor da Nitshore, Paulo Falcone, são grandes as expectativas para o início da parceria com o Porto de Maceió. A empresa é responsável pela gestão do Terminal 2 do Porto de Niterói, é uma referência inovadora em base offshore e operações integradas no Brasil. “Encontramos uma estrutura logística que permite que a Nitshore execute com excelência os nossos serviços, já referenciados e reconhecidos nacionalmente”, afirmou. A nova empresa, Maceió Offshore Logística (MOL), segundo o diretor Paulo Falcone, servirá como centro de distribuição de petróleo no Nordeste. Ela vai servir de base de logística da petrolífera, fazendo a movimentação do petróleo extraído em alto-mar, além de fazer a movimentação de trabalhadores das plataformas. O empresário estima que, no auge da atividade, a empresa deve receber de dois a três navios por dia. O também diretor da empresa Lucas Ribeiro explica que os navios farão rotas entre 180 km a 200 km mar adentro, dando apoio às plataformas. “O porto é uma atividade que atrai muitos outros serviços. Vai gerar mais empregos, outros serviços vão fazer parte da cadeia de suprimentos, como serviços de carga, transportes, hotelaria, alimentação e uma série de outros serviços”.

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