Política
FAMÍLIA DE CECI DIZ QUE VAI RECORRER CONTRA SOLTURA DE TALVANE
Ex-deputado foi beneficiado com progressão de pena e, além do uso de tornozeleira eletrônica, terá de cumprir medidas restritivas


O emblemático crime da deputada Ceci Cunha pode ter um novo desdobramento depois da soltura do mandante, o ex-deputado Talvane Albuquerque. A família promete recorrer à Justiça e espera reverter a decisão que beneficiou Talvane. Ele foi condenado a 103 anos de prisão, após esperar 12 anos pelo julgamento e foi para o semiaberto com 9 anos de reclusão. Em maio deste ano, a defesa conseguiu na Justiça a redução para 92 anos. "Seguiremos lutando e não vamos perder a fé na Justiça! A vida humana não pode ser tratada com tamanho menosprezo, e quem causou tanto mal merece punição. Vamos novamente acionar o Judiciário, buscando fazer com que Talvane Albuquerque pague pelo crime cometido", escreveu o senador Rodrigo Cunha, filho de Ceci, por meio de suas redes sociais. "Libertar o assassino da minha mãe Ceci Cunha, do meu pai Juvenal e de mais dois parentes representa mais um capítulo na história da impunidade em nosso estado e em nosso país. O criminoso Talvane Albuquerque, condenado a mais de 103 anos de prisão, está solto. Como pode???". A revolta da família não reverberou na sociedade. Nenhuma liderança política se manifestou publicamente em apoio ao senador, que sabe que vai encarar mais uma vez a mídia, as redes sociais e a burocracia em busca de Justiça. Em nome de toda a sua família e pela memória da mãe, do pai Juvenal e as demais vítimas dividirá o tempo do mandato e a luta que marcou sua vida. Conforme revelou, saber que o homem que destruiu parte da sua história está livre gera uma sensação terrível porque faz a memória do crime retomar com a mesma sensação de impunidade que o perseguiu por pouco mais da metade de sua vida. Outro detalhe que deixa a família estarrecida é o fato de o Estado até o momento não ter uma estrutura para garantir o cumprimento semiaberto.
RESTRIÇÕES
Na prática o que há é um aberto com restrições, leia-se o uso de tornozeleira eletrônica. Sendo assim, Talvane ficará no conforto de sua casa, ao lado dos familiares. Sua defesa soube trabalhar bem os argumentos que acabaram convencendo a Justiça sobre a garantia de seus direitos. No momento, inclusive, terá que cumprir onze medidas restritivas. Nenhuma delas que se compare à realidade de cadeia e com conteúdo muito mais comportamental. Além, claro, de ser monitorado com o uso da tornozeleira. Fora isso, o próximo compromisso que terá com o Judiciário será no próximo dia 22 de novembro para audiência admonitória.