Política
Pol�ticos de Alagoas criticam proposta

Embora tenha surgido na própria Câmara Federal, a idéia de acabar com as reeleições de senador, deputado e vereador encontra forte resistência entre os parlamentares. Para o deputado federal João Caldas (PL-AL), a Proposta de Emenda Constitucional é uma ?piada? e não tem a menor chance de ser aprovada pelo Congresso. ?É ridícula. Não cabe nem discussão?, afirmou. Na avaliação do parlamentar alagoano, quem deve fazer a renovação nas casas legislativas não é a Constituição ou outros dispositivos legais, mas o próprio povo brasileiro, através do voto na urna. Este mesmo entendimento tem o deputado estadual Gilvan Barros (PL), que está em seu terceiro mandato na Assembléia Legislativa. ?Acho que o instrumento da reeleição deve ser limitado no Executivo. Mas não se pode restringi-lo no parlamento. Por mim, as regras continuam como estão?, declarou. Renovação Alguns deputados da Assembléia destacam que aquela Casa já vem passando por um processo natural de renovação, desde o início da década de 90. Eles observam que, dos 27 parlamentares atuais, somente cinco possuem três mandatos consecutivos, que são Cícero Amélio (PPS), Cícero Ferro (PTB), Gilvan Barros (PL), Temóteo Correia (PTB) e Marcelino Alexandre (PTB). Este último, apesar de ter o quarto mandato praticamente garantido, desistiu de concorrer nas próximas eleições e está abandonando a carreira de político. ?Até parece que eu já sabia desta Proposta de Emenda Constitucional que foi aprovada na Comissão de Justiça da Câmara?, brincou Marcelino. Mas ao opinar sobre a matéria em questão, ele também não foi simpático à idéia. A exemplo de João Caldas, o deputado acha muito difícil a proposta ser aprovada pelo plenário do Congresso, uma vez que os senadores e deputados federais estarão legislando contra eles próprios. Dinastia Nem todos os parlamentares, porém, apresentam resistência à PEC 224/00. O deputado estadual Délio Almeida (PTB) disse que concorda com ela plenamente. ?É preciso dar oportunidade às pessoas mais jovens. Ninguém pode se perpetuar no poder. Nós não estamos em uma dinastia?, declarou. Pela PEC 224/00, Délio Almeida também não poderia disputar um novo mandato para a Assembléia Legislativa, porque já está no segundo mandato. Mas ele disse que disputará as eleições de outubro em função de não haver, ainda, dispositivo que proíba. ?Vou disputar mais uma vez porque estou no processo. Mas se fosse proibido, iria cuidar dos meus pacientes?, ressaltou o parlamentar, que também é médico. Subsídio Délio disse ainda que defende a idéia de os parlamentares receberem como subsídio (salário) aquilo que é pago na sua respectiva profissão. ?Se eu sou médico, a Assembléia deveria me pagar salário de médico. Quem é advogado, deveria receber salário de advogado?, exemplificou. A compensação para isto, observa Délio, deve ser o atendimento, por parte do Executivo, dos pedidos dos parlamentares. ?Falo dos pedidos feitos para a comunidade, não dos pessoais. Se não forem para a comunidade, não devem ser atendidos?, concluiu.