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Nº 5791
Política

Deputados querem puni��o para delegado Dalmo Lima

MARCOS RODRIGUES A Assembléia Legislativa, através da Comissão de Segurança Pública, vai pedir a punição do delegado Dalmo Lima, presidente do inquérito que investigou o seqüestro da estudante Mariane Rodrigues. Ontem, quando tentou desmentir declarações

Por | Edição do dia 26/05/2004 - Matéria atualizada em 26/05/2004 às 00h00

MARCOS RODRIGUES A Assembléia Legislativa, através da Comissão de Segurança Pública, vai pedir a punição do delegado Dalmo Lima, presidente do inquérito que investigou o seqüestro da estudante Mariane Rodrigues. Ontem, quando tentou desmentir declarações sobre suposto envolvimento de parlamentares com o crime organizado, o delegado se contradisse. As informações foram divulgadas nos três matutinos do Estado e motivaram, na semana passada, a convocação do Diretor Geral da Polícia Civil, delegado Roberto Lisboa. Ontem, Lisboa e parte da cúpula da Secretaria de Justiça e Defesa Social acompanharam o segundo depoimento, exatamente o do delegado Dalmo Lima. Os parlamentares decidiram convocar os delegados por conta da citação do nome do deputado Luiz Pedro (PDT), como sendo um dos envolvidos com os policiais que trabalhavam para o bicheiro Plínio Batista e com a “guerra” interna na Polícia Civil. O nome de Luiz Pedro surgiu em conversas gravadas pela Polícia Federal, mas, na interpretação do Legislativo, a partir dos depoimentos dos delegados, nada existe de concreto. “Não tenho nada com bandido, é bom que isso fique claro”, voltou a afirmar Luiz Pedro. Contradições Inicialmente, o delegado Dalmo Lima declarou que não havia repassado nenhuma informação sobre a ligação entre seqüestradores presos e políticos alagoanos. Porém, o delegado acabou por admitir que durante o processo de interrogatório, fez essa indagação aos envolvidos no crime. Segundo ele, não era sua intenção relacionar o crime a políticos alagoanos. “Nunca disse que políticos do Estado estivessem envolvidos em nenhum crime. Essa declaração foi dada pelo promotor Márcio Roberto; ainda assim, só o vi falar na televisão. Quanto a mim, perguntei, sim, aos presos, mas eles não responderam e até ironizaram. Porém, daí a divulgarem que afirmei que políticos daqui [do Estado] tivessem ligação com eles [os seqüestradores], existe uma distância muito grande”, afirmou o delegado, sem convencer os deputados. Como não oficializou essas suspeitas no inquérito, o deputado Francisco Tenório (PPS), presidente da comissão, interpretou que o delegado “agiu com malícia e com outros interesses alheios ao processo”. “Entendo agora, diante destas contradições, que os jornalistas não são os responsáveis por nenhum problema, mas sim o senhor – dirigindo-se a Dalmo Lima – que agiu irresponsavelmente e de forma maliciosa, já que sequer incluiu essa parte do interrogatório no depoimento oficial”, disse Tenório, defendendo punição para o delegado. Convocação O deputado Antônio Albuquerque (PL) também isentou as matérias publicadas na imprensa. Mas, mesmo afastando a possibilidade de convocação dos profissionais, defendeu a ida à Assembléia do promotor Márcio Roberto. Albuquerque considera relevante esse depoimento, “por se tratar de uma autoridade pública”. Os rumos dos trabalhos da Comissão serão definidos, hoje, numa reunião administrativa, depois da sessão ordinária da ALE.

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