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Nº 5885
Política Sessão especial foi realizado no plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas

ALIADOS DO MDB DESCOLAM DOS CALHEIROS PARA SOBREVIVER

Clima de debandada geral dos emedebistas evoluiu e se transformou em desespero na base governista

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 25/12/2021 - Matéria atualizada em 25/12/2021 às 04h00

A cada dia surgem mais governistas insatisfeitos com a gestão do Executivo estadual, que entra na reta final em clima de distribuição de obras públicas, de dinheiro na Educação. Nos corredores do Palácio, a movimentação caiu e tem gente que reclama do café frio e da água quente, conforme revelou o deputado Davi Maia (DEM). Nas inaugurações de obras de fim de gestão, faltam personalidades de destaque do MDB, situação que confirma a fragmentação do maior partido político de Alagoas. O “clima de debandada geral” evoluiu para “clima de desespero total” e de novas estratégias para garantir a sobrevivência eleitoral. Partidos como PT e Pros, por exemplo, lutam desesperadamente para manter as cadeiras que ocupam e, no plano local, estão se descolando dos projetos da família Calheiros. Dos seis deputados emedebistas na Assembleia, quatro vão trocar de partido. Até o pré-candidato mais cotado a governador-tampão, deputado Paulo Dantas (MDB), se filiará ao União Brasil. Prefeitos e vereadores aguardam apenas a provável renúncia do governador Renan Filho (MDB) para “pular fora do barco”, disse uma fonte da Associação dos Municípios. O PT lançou o advogado Ricardo Barbosa como pré-candidato a governador, sabendo que não atrapalharia os projetos eleitorais dos Calheiros. Pelo contrário. Com o definhamento do governo, mudou a estratégia. O deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, que até então trabalhava na pré-candidatura de reeleição, foi lançado pré-candidato a governador e espera o retorno do deputado Ronaldo Medeiros [de malas prontas para sair do MDB]. Não houve rompimento político com os Calheiros, que garante palanque para a pré-candidatura presidencial petista. No plano local, a questão é de sobrevivência, disse o presidente do diretório municipal, Marcelo Nascimento, ao confirmar que o partido coloca mais uma carta na mesa das discussões da sucessão estadual e defende a candidatura de Paulão. “A estratégia é participar ativamente do debate sobre a sucessão do governador Renan Filho”. Na mesma estratégia segue o Pros. O presidente do partido e presidente do Ipaseal, Adeilson Bezerra, aliado do tio do governador Olavo Calheiros (MDB), que é politicamente distante do sobrinho), já não fala em candidatura ou chapa majoritária do MDB. “Aguardamos a definição do governador: se sai ou fica no governo até o fim. A preocupação é com a nossa sobrevivência política”, admitiu. O partido tem cinco deputados estaduais e quer manter pelo menos quatro cadeiras e eleger um deputado federal. A deputada Jó Pereira (ainda no MDB) tem sido apontada como candidata a governadora pelo alto clero do Partido Progressista. Ela tem conversado com o presidente do PP e presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Arthur Lira (AL), mas não há nada definido. O enfraquecimento do partido dos Calheiros também enfraquece a candidatura majoritária da parlamentar, que há muito tempo se descolou da família Calheiros. Ela busca a sobrevivência política e está fora do MDB. Nos bastidores da Assembleia Legislativa não é mais novidade que o presidente da Comissão de Constituição de Justiça, deputado Paulo Dantas (ainda no MDB), se confirmada a renúncia do governador até o dia 2 de abril, será eleito pela maioria dos 27 deputados como governador-tampão. Provavelmente filiado ao União Brasil, que será comandado pelo atual presidente do Poder Legislativo, deputado Marcelo Victor (ainda no Solidariedade). Dantas agora não é mais só candidato da família Calheiros, que se mostra acuada nos bastidores e sem nome na manga para a sucessão estadual. A pré-candidatura de Dantas ganhou apoio das lideranças políticas do Sertão, Agreste e do PP e do União Brasil [a fusão do PSL com o DEM ainda em fase de regulamentação no Tribunal Superior Eleitoral). A nova legenda promete ter uma das maiores bancadas de prefeitos, vereadores e deputados estaduais. Isso ocorrendo enfraquecerá drasticamente o MDB e PSDB do senador Rodrigo Cunha, também cotado como pré-candidato a governador representando o grupo político do prefeito de Maceió, JHC (PSB). Para sobreviver e tentar a reeleição de governador, caso se consagre “governador-tampão”, Paulo Dantas promete um governo de coalizão com grupos de direita, centro e esquerda, afirmam os aliados. E por falar em mudança, ela chegará também no grupo de oposição ao governo do Estado. O próprio prefeito JHC, segundo informações dos aliados, deverá se filiar ao Avante. A mudança é tida como certa. Quanto à probabilidade de JHC encabeçar uma chapa majoritária, já que seu nome aparece bem nos bastidores, existem muitas dúvidas. O grupo de JHC sustenta a chapa majoritária com o senador Rodrigo Cunha (PSDB). Ronaldo Lessa (PDT) chegou a ser cotado até em chapa proporcional, mas segue como vice-prefeito, por enquanto. Outro pré-candidato a governador, o deputado Antônio Albuquerque (PTB) também descola, discretamente, a sua imagem do grupo governista. “Serei o primeiro candidato a governador de Alagoas que não terá apoio de nenhum grande grupo político do meu estado. Quem me apoia são as famílias, os eleitores e meus amigos. As manifestações crescem em todo o Estado”, diz o deputado também de malas prontas para deixar o comando do PTB. As fontes dos bastidores indicam a possibilidade de o deputado se filiar ao Republicano. Albuquerque, no sétimo mandato, trabalha também para reeleger o filho, o deputado federal Nivaldo Albuquerque e o outro filho, secretário do Trabalho, Arthur Albuquerque, a deputado estadual

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