Política
TRÊS MUNICÍPIOS DE AL TERÃO ESCOLAS CÍVICO-MILITARES EM 2022
Maceió, Rio Largo e Maragogi estão adaptando unidades de ensino para funcionar nessa modalidade


Três municípios de Alagoas aderiram ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), do Governo Federal, e estão em fase de implantação de instituições de ensino com esta modalidade a partir do ano letivo de 2022. Maceió, Rio Largo e Maragogi estão adaptando as unidades administrativa e pedagogicamente e dialogando com a comunidade escolar, incluindo os pais, que é uma etapa obrigatória deste processo. O programa é uma parceria entre os ministérios da Educação e da Defesa e está em fase de implantação em 74 instituições de ensino em todo o País. No ano passado, ele foi introduzido em 53 escolas. A adesão é voluntária, mas as escolas precisam manifestar interesse junto à Secretaria de Educação. Nos colégios, os militares atuam no apoio à gestão escolar e educacional, enquanto professores e demais profissionais da educação são responsáveis pelo trabalho didático-pedagógico. A Secretária Municipal de Educação (Semed) de Maceió informou que o Pecim está sendo implementado em uma unidade da rede, a Escola Municipal Padre Pinho, localizada no bairro Cruz das Almas. A proposta de ensino não será afetada, mantendo o corpo docente do município, que continuará seguindo o referencial curricular de Maceió e ministrando as aulas. Com isso, os militares, que já estão sendo alocados à unidade, auxiliarão na gestão escolar, cujo objetivo é trazer o modelo de gestão que já serve como referência em outros municípios. Em nota, a Semed reforça que não há previsão de outras escolas da rede municipal adotarem o modelo cívico-militar. Em Rio Largo, na Região Metropolitana de Maceió, a Escola Municipal Judith Paiva, no Alto do Ginásio, região central da cidade, está sendo remodelada. A previsão, dada pela Secretaria de Educação, é de que os 842 alunos da unidade passem a estudar, no ano que vem, com o método do Pecim. Lá, eles terão aulas na matriz curricular normal, mas com a incorporação de diretrizes cívico-militares, trabalhando, sobretudo, a disciplina. E o modelo contará com diretores civis e o suporte de oficiais militares, todos treinados para autuação na área educacional. A secretária de Educação do município, Josicleide Amorim Cavalcante, explicou que os educadores já estão sendo acompanhados por um oficial que está na cidade desde setembro. Até janeiro, outros militares chegarão para reforçar a equipe de monitores de disciplina. As ações são mapeadas de perto pela gestão. “O nosso ano letivo de 2022 está previsto para ser iniciado no dia 7 de fevereiro, com aulas 100% presenciais. Estamos providenciando a adaptação, fazendo reparos na escola para garantir o melhor acolhimento e recepção dos alunos. Todos receberão um kit com duas fardas, estilo militar, para uso obrigatório durante as aulas. Nosso corpo discente já está sendo preparado, assim como os pais deles, com palestras sobre o modelo a ser implantado. Também estamos fazendo atividades cívicas para envolvê-los”, detalhou. Ela acrescentou que a escolha do colégio Judith Paiva, uma dos mais tradicionais de Rio Largo, foi estratégica. A comunidade onde a escola está inserida tem indicadores de vulnerabilidade social, perfil que se encaixa no modelo proposto pelo Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. Os estudantes desta unidade tem faixa etária de 12 a 17 anos e cursam do 6º ao 9º anos. Além do civismo, o modelo prevê envolvimento cultural e esportivo dos alunos. Em Maragogi, a prefeitura fez a adesão ao Pecim e marcou para o dia 17 de dezembro deste ano a reinauguração da Escola Doutor José Jorge de Farias Sales, a primeira escola cívico-militar do município. A solenidade deve contar, inclusive, com a presença de representantes do Ministério da Educação (MEC), responsável pelo gerenciamento do programa com o Ministério da Defesa. O secretário de Educação, Arthur Cavalcante Bezerra, informou que 1 mil alunos serão contemplados com a nova modalidade. Dois oficiais militares farão a gestão pedagógica e administrativa da unidade, junto com uma equipe de professores, diretores e coordenadores civis. O município também contratou 16 monitores militares para reforçar o ensino e a disciplina do alunado. As aulas começam em fevereiro. “Vamos trabalhar o civismo e a disciplina. A escola fica no centro de Maragogi e está inserida em um contexto de vulnerabilidade social. Por meio dela, pretendemos orientar e ocupar os estudantes visando à mudança da realidade desta comunidade”, comentou o gestor da pasta da Educação. Defensor deste modelo, o deputado estadual Cabo Bebeto (PTC) disse que as escolas cívico-militares são vantajosas por tornar os estudantes mais disciplinados, que valorizam o respeito aos professores. “É uma escola que apresenta excelentes resultados em todos os sentidos. Nestas unidades, não há registro, por exemplo, de uso e tráfico de drogas e de jovens grávidas. Só a família tem a ganhar com este método”, afirmou o parlamentar.