Política
ALIADOS DE BOLSONARO DEVEM PERDER ESPAÇO NO UNIÃO BRASIL EM AL
Novo partido, que nasce da fusão entre DEM e PSL, será comandado por Marcelo Victor e espera atrair novas lideranças no Estado


O mais novo partido do País, o União Brasil, deve se tornar a maior legenda do Congresso Nacional, com o maior tempo de TV e ter a maior fatia do Fundo Eleitoral, algo em torno de R$ 800 milhões para gastar nas eleições de 2022. Na terça-feira, o processo que deu origem à legenda, resultado da fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL), foi reconhecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A conquista do registro agita os bastidores políticos também em Alagoas, onde o pleito deve contar com nomes conhecidos e novidades para os eleitores. De acordo com a maior liderança do PSL no Estado, o policial federal Flávio Moreno, a movimentação política em nível de Judiciário, agora, precisa ser mais clara no campo político. Pois será isso que vai definir como será a estratégia para as próximas eleições. "Acredito que o partido cria musculatura para ingresso de novas lideranças. Não sei se o partido deve continuar na base do governo Bolsonaro”, afirmou Moreno. “Eu, particularmente, enquanto bolsonarista raiz, aguardo as definições locais para tomada de posição e acomodação em partido da base aliada do presidente". A questão principal envolve o comando do partido, que será feito pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Marcelo Víctor, próximo do Palácio República dos Palmares e também do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). E, no contexto atual, articula-se justamente para a montagem da chapa do governador-tampão, que será o deputado estadual Paulo Dantas. O próprio Dantas pode ser um dos que deixarão o MDB para ingressar na nova legenda a fim de que o vice seja indicado pelo Palácio República dos Palmares. E é aí onde os aliados de Bolsonaro podem ficar de fora ou perder espaço e buscarem novos rumos. "Como em 2018 obtive 142 mil votos ao Senado, mesmo sem estrutura e recursos, tenho recebido convites para concorrer à candidatura de deputado federal em partidos da base do governo Bolsonaro. Estou pensando como melhor contribuir para ajudar na defesa do legado do governo Bolsonaro e sua reeleição, na defesa dos valores conservadores e no desenvolvimento de Alagoas", completou Moreno.
CAMINHOS
O modo como essas articulações ocorrem no Estado também pode afastar o deputado estadual Davi Maia do seu primeiro e único partido desde os dezesseis anos. Procurado para falar da fusão, ele informou estar afastado das decisões da legenda desde que deixou o Diretório Municipal ainda durante as eleições municipais. "O partido aqui tomou uma direção diferente do que eu imaginava. Estou no partido desde 2003 e ele tem uma nova perspectiva em Alagoas. Ainda não comecei nem com a direção estadual, nem com a direção nacional. Estou afastado desde a eleição para prefeito. Agora é aguardar. Espero ser convocado para uma conversa ainda", disse Maia. Em seu caso, além da proximidade com o grupo do Palácio República dos Palmares, a expectativa de que a legenda abrigue parlamentares da bancada governista, numa possível revoada do MDB, também pode atrapalhar sua reeleição. Até o momento esse é o cenário, mas somente os próximos passos é que podem confirmar com que "cara" o UB surgirá na terra dos Caetés.