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Nº 5884
Política

FETAG COBRA PROMESSA DO GOVERNO PARA 220 MIL ASSALARIADOS RURAIS

Entidades querem reforma agrária, sementes, assistência técnica e financiamento com recursos do Fecoep

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 19/02/2022 - Matéria atualizada em 19/02/2022 às 04h00

A Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Alagoas, os sindicatos rurais, as cooperativas de agricultores familiares, as associações dos assentamentos e entidades de sem-terra “não receberam nem bom dia” do R$ 1,7 bilhão arrecadado pelo Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza até o ano passado, como prometeu o governador Renan Filho (MDB) em 2015”. O desabafo é do presidente da Fetag/AL, Givaldo Teles, ao revelar que uma das estratégias do Fundo era apoiar a agricultura familiar, o micro e o pequeno produtor rural. “Até agora temos promessas e muito blá... blá... O governo foi péssimo para os assalariados rurais e agricultores familiares”. Ele cobrou o apoio prometido para 150 mil agricultores familiares e 70 mil trabalhadores do campo. Ao ser questionado sobre projetos rurais que precisam de financiamentos previstos na Lei do Fecoep, Teles explicou que não encaminhou nenhuma proposta para a pasta da Agricultura nem para o governador “porque a gestão do Fecoep é uma caixa misteriosa. “Todos que precisam dos recursos do Fundo desconhecem o saldo ou onde é aplicado e para que serve. Há sete anos não houve nenhuma articulação na agricultura familiar com os recursos dos impostos e nem nunca fomos chamados”. Teles disse que conhece o Fecoep por ouvir dizer. “Eu sei porque na minha conta de energia e em outros tributos, está lá visível a taxa de 2% destinado ao Fundo”.

O presidente da Fetag contabiliza que 150 mil agricultores familiares e mais 70 mil assalariados rurais precisam dos recursos do combate à pobreza para investimentos nas lavouras, criações e pequenos locais de armazenamento da produção.Com o agravamento da pandemia do coronavírus em 2020, ocorreram demissões rurais e dificuldades para o escoamento da produção. Para piorar, faltou estratégia na política agrícola para evitar os prejuízos. “Recebemos sementes no ano passado praticamente no final da safra de milho e feijão. Tudo é desorganizado. Por exemplo, no dia três passado, recebemos correspondência da Secretaria de Agricultura informando que a Fetag tem até o dia 17 para fazer o cadastramento dos pequenos e micros produtores do Estado. O corre-corre tem sido a prática da Seagri. Não se discutem estratégias de plantio, não se fala de assistência técnica, não se faz visita para identificar situação das áreas de produção... Quer dizer, agora teremos menos de dez dias para cadastrar todo mundo sem nenhum diagnóstico do campo. Esta é a realidade. Recursos do Fecoep, zero!”.

Ao fazer um balanço da política de agricultura da gestão Renan Filho, o líder dos trabalhadores rurais foi taxativo: “Os agricultores familiares, os assalariados do campo, a maioria dos sindicatos rurais e a Fetag saíram da esperança diante de tantas promessas e vivemos a frustração. A propaganda do governo e a realidade do campo são diferentes”, lamentou. “A nossa maior crítica é à falta de assistência técnica. Faz mais de 30 anos que não se faz concurso para a Agricultura. O Estado mantém programas com bolsistas temporários, o resultado é um desastre”. Ele lembrou que, durante a entrega de sementes, no ano passado, o governador prometeu que contrataria 100 técnicos agrícolas. “Ficou só na conversa, no blá-blá-blá”.

CRISE

Para piorar a situação do homem do campo, a Empresa Estadual de Extensão Rural (Emater) está sem atividade de assistência técnica aos agricultores familiares. Num período importante de inscrição de garantia safra e também de renovação da DAP, documento que dá acesso aos agricultores às políticas públicas em geral. Sem a Emater não tem emissão de DAP, vêm as ameaças para recebimentos de sementes, dos programas de aquisição de alimentos, agricultores não vendem para órgãos públicos e compromete a maioria dos programas inclusive o do Leite, fundamental para a sobrevivência da Bacia Leiteira do Estado, alertam técnicos rurais e agricultores.

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