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Nº 5885
Política

HORÁRIO PARTIDÁRIO NO RÁDIO E NA TV VOLTA AO AR NESTE SÁBADO

No primeiro semestre, siglas vão utilizar espaços na programação das emissoras apenas para apresentar suas plataformas

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 23/02/2022 - Matéria atualizada em 23/02/2022 às 04h00

O ano eleitoral de uma das eleições mais polarizadas do País começará a ganhar contornos de campanha fora de época no próximo sábado. É o dia em que o PSOL inaugura o retorno da propaganda partidária no rádio e na TV, durante os intervalos, entre as 19h30 e as 22h30. Por causa do pleito deste ano, os partidos vão aparecer sem candidatos no primeiro semestre. Após o registro, em agosto, o conteúdo das aparições têm foco total no pleito. Já o PDT, do pré-candidato Ciro Gomes, ocupa as telas e as ondas sonoras no dia 1° de março, enquanto o MDB, da pré-candidata senadora Simone Tebet, no dia 10. Nos dois casos, o posicionamento deve ser em torno do programa partidário, mas nada impede que se manifestem sobre a conjuntura nacional. Segundo o professor especialista em direito eleitoral Gustavo Ferreira, essa propaganda é para a ideologia e propostas para as respectivas divulgações. "É claro que os partidos devem apresentar os respectivos candidatos, mas não é o principal. É o momento de mostrar os integrantes, a representação feminina, que deve ocupar 30% do tempo. Eles têm que seguir uma série de requisitos que têm que ser regulamentados", explicou. Mesmo após um hiato de pelo menos dez anos, o retorno pode causar um congestionamento por causa do horário imprensado, acredita Ferreira. Tudo porque está se dando menor tempo às legendas e existe uma gradação dele para ser distribuído. "A finalidade tem um sentido pois há uma gradação pelas bancadas formadas por esses partidos. E se deve ter cuidado para que se cumpra o que diz a legislação, que é a divulgação dos partidos não personalista dos pretensos candidatos", completou o especialista. As legendas devem ter cuidado com o conteúdo e não inserirem notícias falsas ou com preconceitos racial, de gênero, origem, que incitem a violência ou qualquer tipo de tratamento da imagem que omitam a realidade.

PACOTE

De acordo com o professor e cientista político Ranulfo Paranhos, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a questão do tempo segue uma régua de proporcionalidade que faz justiça às legendas que conseguiram maior representatividade na Câmara dos Deputados. "Historicamente os partidos de esquerda sempre usaram esse espaço para defender elementos ideológicos, Vão tentar lincar com a realidade brasileira. Vão se apresentar como saída. Os partidos mais ao Centro, mesmo sem saber como vão se comportar os que estão na extrema direita, já que eram envergonhadas e se apresentava como de Centro, talvez agora também levantem bandeiras de extrema direita", observou Paranhos. Em contrapartida, os partidos originalmente de centro que foram ou são governo tendem a contextualizar a realidade, além de mostrar feitos de gestores expressivos dessas legendas. "Apresentam os seus feitos, o que fizeram ao longo do tempo e uma agenda para o futuro. Tanto um quanto o outro, até os de extrema direita, querem espaço no coração dos eleitores", completou o cientista. Ele lembrou, ainda, que todo o custo de produção que será usado é pago com recursos públicos num momento em que o País vive uma crise importante. E que, além disso, dados concretos confirmam que entre a população os partidos políticos são as instituições de menor credibilidade junto ao chamado eleitor médio. "Quando se olha para a igreja, Polícia Federal e até mesmo a Justiça tinham avaliação maior que os partidos. Porque não tem como dissociar o comportamento dos políticos das agendas dos partidos", destacou Ranulfo.

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