No período de 1987/89, gestão do então governador Moacir Andrade, a Companhia de Habitação Popular de Alagoas construiu 7,5 mil casas populares que foram entregues às pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social. Os terrenos eram do próprio Estado, que utilizava a mão de obra dos presos para a construção de tijolos, desempregados e alguns na construção dos próprios imóveis. Ninguém pagava nada pelo imóvel. Nessa época, a Cohab era uma realidade estratégica do Estado, e as casas populares atendiam a geração de emprego, renda e ajudavam a aquecer a economia. A companhia construiu projetos habitacionais em diversos municípios, entre os maiores empreendimentos se destaca Penedo, Piaçabuçu e Porto Real do Colégio. Em Maceió, por exemplo, já tinha construído conjuntos habitacionais populares nos bairros de Cruz das Almas, Pajuçara, Jacarecica, a quase cidade do Benedito Bentes entre outros, lembrou o presidente da autarquia da época Fernando Baltar Maia. “As casas construídas na minha gestão na Cohab foram praticamente doadas para a população em situação de extrema vulnerabilidade social”, lembra Fernando Maia, ao destacar que havia uma política estadual de habitação voltada para os mais pobres. “Antes da minha gestão, a Cohab tinha construído mais de 20 mil casas populares”. Na gestão dele foram construídos os conjuntos Frei Damião e Moacir Andrade, no Conjunto Eustáquio Gomes. “Naquela época houve uma grande cheia no baixo São Francisco [1987] e nós construímos casas na região de Penedo, Piaçabuçu, Feliz Deserto”. O ex-presidente da Cohab lembrou que em dois anos de gestão construiu 7,5 mil casas. Ao explicar como funcionava a execução dos projetos, Fernando Maia disse que havia no governo uma política estadual de habitação popular que mobilizou parceiras para conseguir recursos e as terras eram do próprio estado. “Hoje, o Fecoep poderia ser aplicado em projeto estratégico para amenizar o deficit habitacional na área da vulnerabilidade social, gerar empregos, renda e animar a economia que busca alternativa de retomada”. Na visão do ex-presidente da Cohab, a construção de moradia popular é uma questão de prioridade de governo.
INVESTIMENTO FEDERAL
No período de 2019 a 2021, o governo Federal investiu R$ 1,6 bilhão em entregas habitacionais em Alagoas. A informação é do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, divulgada pela assessoria de Comunicação do MDR para a Gazeta. Segundo o balanço do programa habitacional executado no estado nos últimos três anos, foram 13.295 unidades entregues à população, sendo 5.020 apenas em 2021. Além disso, foram contratadas 12.103 novas moradias no Estado.
SEINFRA
Segundo informações obtidas nos bastidores do Palácio do governo Estadual, a Secretaria de Estado de Infraestrutura não executou nenhum programa habitacional estadual na gestão Renan Filho (MDB). Porém, a pasta teria realizado melhorias habitacionais em alguns municípios. A Gazeta encaminhou perguntas para o secretário de Infraestrutura, Maurício Quintela, para compor a reportagem especial sobre moradia popular no Estado, mas não obteve resposta. Em maio do ano passado, a Seinfra divulgou que os programas habitacionais ofertados para todo o Estado são executados através da assinatura de convênios entre Estado e município. As obras foram conduzidas com recursos do Fecoep e também do Tesouro Estadual. O programa “Vida Nova nas Grotas” é um desses projetos. Cerca de 342 casas já foram entregues ou estão em processo de reforma nas grotas de Maceió.