Alagoas tem também fontes energéticas de petróleo que podem fornecer óleo diesel, querosene, gasolina, asfalto, parafina, insumos para indústria petroquímica e gerar eletricidade nas usinas termelétricas. Além de fonte hidráulica, que produz eletricidade por meio da usina hidrelétrica de Xingó. E ainda fontes inesgotáveis como a de energia solar, do vento em locais estratégicos, e pode desenvolver novas matrizes. Mas falta orçamento nas pastas que deveriam impulsionar as pesquisas. O problema é do conhecimento da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Alagoas e do Conselho Estadual de Energia. Por que Alagoas não aposta nas fontes de energia alternativa? Um dos membros do Conselho de Energia, deputado Davi Maia (DEM) explicou que “a última vez que o estado se mobilizou em busca de soluções para por em prática as fontes alternativas de energia foi no governo de Teotonio Vilela Filho [2006/2014]”. Maia destacou que no período foi feito o mapa das potencialidades locais, especialmente nos campos da energia eólica e da radiação solar. “Nos últimos sete anos, o governo Renan Filho (MDB) virou as costas para as matrizes energéticas renováveis, sustentáveis e para todo o setor de desenvolvimento sustentável”, destacou Maia. Ainda de acordo o deputado, os reflexos deste desprezo foram danosos para a agricultura familiar, nos negócios sociais de impactos ambientais, na atração de novos investimentos e no desenvolvimento do meio ambiente autossustentável. “O governador não acredita neste tipo de política de estado”. O deputado oposicionista disse que na gestão Renan não houve nenhuma ação ambiental relevante. “Alagoas tem diversas matrizes alternativas de energia que o governo despreza. Tanto que o nosso Estado é o único entre os nove estados nordestinos que não tem a sua usina eólica”. Apesar do desprezo às pesquisas para o desenvolvimento de novas matrizes, a iniciativa privada faz “apostas” e investe de olho no mercado consumidor. As 14 usinas de cana-de-açúcar, por exemplo, conseguiram modificar o modelo de gestão, voltaram a ser viáveis e hoje esmagam cana para a produção de 1,4 milhões de toneladas de açúcar e 422 milhões de litros de etanol. O Estado tem condições de produzir biocombustível de óleos vegetais, no caso o biodiesel, ou biomassa vegetal, no caso o bioetanol. A principal produção é o álcool, usado como combustível de automóveis. Sem contar com as outras fontes como o gás natural, lenha, carvão vegetal e a energia solar. Estes temas são discutidos na Comissão de Meio Ambiente e de Energia da Assembleia Legislativa, que avalia os investimentos do Executivo estadual nas matrizes energéticas e novas fontes alternativas. Neste final de gestão, os deputados de oposição ao governo, como o cabo Bebeto (PTC) e Davi Maia, dizem que “o saldo da gestão Renan é negativo em todas as áreas”.
GOVERNO “TAMPÃO”
A maioria dos pesquisadores que há sete anos estão ociosos nas secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação, na de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, na de Desenvolvimento Urbano e Turismo, na Fundação de Amparo às Pesquisas e nos polos tecnológicos de Arapiraca, Batalha e Maceió, alimentam esperanças na instalação do “governo tampão”, caso o governador Renan Filho (MDB) renuncie até o dia 2 de abril para participar do processo eleitoral. Os cientistas acreditam que há tempo de retomar algumas pesquisas, desde que haja investimentos públicos. O que os cientistas querem é desenvolver novas fontes energéticas para aplicar na agricultura familiar, nas indústrias de beneficiamento da produção agrícola, da pesca e inclusive reduzir custos operacionais da máquina pública. O governador Renan Filho chegou a prometer que faria isto. Mas não conseguiu implantar energia solar nem nos órgãos públicos.
A Gazeta conversou com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, líder da maioria na Assembleia Legislativa e cotadíssimo para ser eleito, numa eleição indireta no Legislativo, para o governador "tampão", deputado Paulo Dantas (MDB), que fez questão de afirmar que a entrevista era com o presidente da CCJ. "Não posso falar como governador porque isto não existe. Depende de muitas coisas e é inclusive uma decisão do próprio governador Renan Filho sair ou governar até o dia 31 dezembro”, deixou claro. Ao ser questionado como o presidente da CCJ analisa a situação de abandono dos polos tecnológicos —um deles o do município de Batalha, terra natal de Dantas—, o parlamentar disse que “o tema requer uma discussão ampla com o governo de Alagoas e com as Secretarias de Estado Ciência e Tecnologia e de Agricultura, responsáveis para tocar os polos tecnológicos e agroalimentares para buscar rumos”.