Violência de gênero
APENAS 16% DOS VEREADORES DA CAPITAL ALAGOANA SÃO MULHERES
Para vereadora, casa formada majoritariamente por homens não compreende o que é violência de gênero

“Infelizmente ainda temos uma casa legislativa formada majoritariamente por homens que sequer compreendem o que significa uma violência política de gênero. A violência só espanta quando se caracteriza por ações que comprometem a integridade física da mulher. Porém, as diversas violências veladas, como o desmerecimento, os olhares e tentativas de descrédito, não são abarcadas nesse rol de violência de gênero. Como essa é a prática de vereadores mais agressivos, isso acaba atingindo a imagem pública da Câmara”, relata a vereadora Teca Nelma. A Câmara de Vereadores de Maceió possui 25 representantes do legislativo municipal, mas apenas quatro são mulheres: Teca Nelma, Silvânia Barbosa, Gaby Ronalsa, e Olívia Tenório. De oito parlamentares, apenas uma mulher faz parte da Mesa Diretora da Casa, a vereadora Gaby Ronalsa. A vereadora Silvânia Barbosa foi autora de um projeto de lei que permite a distribuição no município de absorventes para mulheres das escolas públicas de Maceió. Ela relembra que o projeto chegou a ser vetado, e o veto passou por nova votação. Apesar de aprovado ao final, ela diz que a votação foi apertada. Considerado por ela como um dos projetos mais importantes na casa em prol das mulheres, ainda assim, precisou de muita discussão para convencer a maioria na casa. “Nossa sociedade é machista e às vezes esse machismo pode acontecer por meio do corporativismo masculino. Uma espécie de ‘pensamento coletivo e conservador’ por parte de alguns homens. Com apenas 4 mulheres e 21 homens no nosso parlamento, considero uma forma de violência ter que discutir insistentemente para sensibilizar uma maioria de homens sobre algo que é tão básico para nós mulheres”, diz.