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Corrida eleitoral

ELEIÇÕES: PALANQUES PRESIDENCIAIS JÁ ESTÃO MONTADOS EM ALAGOAS

Collor vai liderar o palanque de Bolsonaro em Alagoas; Calheiros e Dantas estão com Lula; e Cunha sonha com a terceira via

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Palanque de Paulo Dantas em Alagoas terá ex-presidente Lula e ex-governador Renan Filho
Palanque de Paulo Dantas em Alagoas terá ex-presidente Lula e ex-governador Renan Filho -

A cena política alagoana sob a ótica do panorama nacional tem uma certeza, volta ao passado e a indefinição sobre o futuro. Isto porque as principais lideranças que estarão na disputa do voto começam a delinear espaços e, naturalmente, a projetar os palanques para receberem os presidenciáveis. Nesse quesito, o senador Fernando Collor (PTB) constrói o caminho de sua reeleição com a posição clara de que será o anfitrião do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Estado.

Na prática, Collor manterá a postura política adotada desde o início do governo Bolsonaro, que acabou colocando o senador alagoano como o candidato que conta com o seu apoio. Ou seja, a cada obra, visita e liberação de recursos para o Estado fazem com que a imagem e ação política de Collor estejam diretamente associadas ao Executivo federal.

E Bolsonaro precisa de um palanque sem divisões para enfrentar a máquina governista liderada pelo grupo dos Calheiros, que tem à frente, neste pleito, o ex-governador Renan Filho (MDB). Além dele, o candidato imposto pela Assembleia Legislativa, Paulo Dantas (MDB), é quem capitaneará o palanque do petista. O detalhe é que, ao contrário de Collor, que marcha com Bolsonaro desde sempre, a nova construção feita pelo Palácio República dos Palmares atende ao projeto político dos Calheiros. Tudo porque, além do próprio Renan e o pai, apenas o PT é Lula de origem. Os demais ainda tentam colar na imagem do ex-presidente e, consequentemente, no passado de sua gestão no comando do País. Outra questão que precisa ficar clara é que o MDB, oficialmente, ainda não “bateu o martelo” para definir se terá ou não candidatura própria. Entretanto, até o momento o nome indicado pela Executiva Nacional é o da senadora Simone Tebet (MDB-MT). Ela está convicta de que vai conseguir vencer as resistências partidárias e emplacar seu nome como candidata. Esse fato, por si só, já mostra que o MDB alagoano marcha no sentido contrário ao da orientação nacional, o que já cria um impasse real para aquele eleitor do partido com perfil mais conservador e que quer distância de Lula. E aí, com Renan Filho fora do governo sem a máquina e o cofre nas mãos, não tem quem obrigue os prefeitos a engolirem o nome que está indicando. Neste ponto, a presença de Collor como articulador junto ao Palácio do Planalto, juntamente com o presidência da Câmara dos Deputados, pode fazer a diferença e viabilizar os recursos que as prefeituras tanto precisam para conseguir dar conta das responsabilidades sociais com suas receitas obrigatórias, aliadas aos investimentos em projetos e obras que já estão sendo tocadas. Dividido em Alagoas, sem seguir a possível candidatura nacional, o MDB, mesmo que crie um palanque por força legal, na prática ele será artificial, uma vez que, declaradamente, no Estado, sua direção sempre defendeu o nome de Lula. Tanto que, logo no início do segundo mandato, criou um “puxadinho” para o PT em sua gestão. Assim, conseguiu calar o partido contra a Reforma da Previdência, e também a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que não articulou nenhuma greve contra o seu governo, mesmo com o ex-governador não tendo reposto a inflação no salário do funcionalismo, ao longo dos seus sete anos de mandato.

TERCEIRA VIA

Se entre os candidatos que prometem polarizar o cenário a situação tem suas minúcias, o que dizer do grupo liderado pelo senador Rodrigo Cunha (União Brasil)? Ele deixou o PSDB para viabilizar o nome da deputada estadual Jó Pereira como vice na sua chapa. Entretanto, caso os tucanos optem pelo nome do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite para disputar à Presidência, o palanque Cunha-Pereira poderá se inviabilizada. Candidato derrotado para o ex-governador João Dória (PSDB) nas prévias do partido, Eduardo Leite busca uma aproximação para ser vice de Simone Tebet criando, nos bastidores, uma situação complexa. Tudo porque se esse casamento prosperar, em Estados como Alagoas a legenda estará em qual palanque, já que o cabeça de chapa aqui, Rodrigo Cunha, é o candidato do PP, que, por sua vez, disse não apoiar o presidente Bolsonaro? A posição de Cunha, em defesa da terceira via, não é única. Ele sonha com sua criação porque já deixou claro que não estará ao lado de Bolsonaro, mesmo tendo sido eleito, no último pleito de 2018, na “onda bolsonarista”, que recusava o voto nos candidatos que buscam a reeleição pelo Senado. Vale lembrar que o contexto da aproximação de Simone Tebet com Leite ocorre no cenário da federalização do Cidadania, MDB, PSDB e União Brasil. Juntos, os partidos querem construir a terceira via, com uma candidatura viável que ajude a tirar votos de Lula e Bolsonaro. Por isso, nesse quesito, os Estados acabam sendo estratégicos para a chada terceira via. A depender do que se constrói por aqui, Simone também terá uma realidade difícil, já que, se vier, por determinação da direção nacional, será recebida pelo MDB sabendo que, na verdade, apoiam o candidato do PT. E, como precisa de votos para se manter viva na disputa, terá que “bater” no petista. E também em Bolsonaro.

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