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VIOLÊNCIA ENTRE FACÇÕES CRIMINOSAS EXPLODE EM MACEIÓ

Crime organizado continua levando terror à população mais pobre e Segurança Pública não consegue neutralizar principais líderes

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A maquiagem dos últimos anos do governo anterior com mídia cara e espetaculosa, operações com o uso de helicóptero, uso de radioamadores e entrega de viaturas para o policiamento ostensivo, encobriram o principal problema da violência urbana em Maceió: a guerra de facções. O domínio de seus integrantes em bairros como Jacintinho, Levada, Vergel, Clima Bom, Rosane Collor e no Complexo Habitacional Benedito Bentes, perdura com mais crueldade, tribunal do tráfico, toques de recolher e execuções sumárias. Para controlar o tráfico de drogas nas periferias e região metropolitana, os criminosos não medem esforços. Conseguem comandar, inclusive de dentro do presídio, operações de tomada de áreas, aumento de distribuição e a morte de desafetos. A descontinuidade na área de Segurança Pública se revela a cada episódio de repercussão como a morte da jovem grávida Ariadna Marcela, há duas semanas, após lutar pela vida durante uma semana no Hospital Geral do Estado (HGE), mostra bem como vivem os moradores dessas áreas com a presença de facções. Enquanto esperava um carro de aplicativo, ao lado de um dos três filhos, ela foi surpreendida com o surgimento de jovens armados atirando a esmo contra rivais. Uma das balas a atingiu na barriga e causou a morte de seu filho, deixando-a em coma. Segundo um dos delegados do caso, Thiago Prado, o fato ocorrido só confirma a suspeita da Polícia Civil de que o crime organizado continua, por meio de seus “soldados” do tráfico, levando terror aos mais pobres sem que os principais líderes sejam neutralizados. “O tema da violência nos bairros é bastante complexo e não foi encarado como tal. Hoje a guerra de facções exigem do Estado um aparato maior para combatê-las. Precisa de rigor e inteligência”, afirma Prado. “E nós sentimos falta desse aspecto de inteligência para identificar os reais cabeças dessas facções criminosas e isolar os líderes que eventualmente estejam encarcerados no sistema prisional alagoano para remetê-los ao sistema de carceragem federal uma vez que assim que agente consegue cortar os laços de diversos crimes cujo às ordens partem dos presídios”. Com base nos primeiros levantamentos sobre as circunstâncias que resultaram da “bala perdida” que atingiu Aryadna, ele disse já poder afirmar que se tratou de um conflito resultado de uma área dominada por facções. “No Clima Bom, há uma facção originária de São Paulo, enquanto na Brejal é outra que veio do Rio de Janeiro. Então, há um conflito permanente ali. Estou falando como exemplo, mas no Clima Bom também, assim como na Região do Benedito Bentes”, completou o delegado. A questão social também foi observada pelo delegado, já que, conforme tem constatado durante o trabalho de investigação, os crimes ocorrem em áreas desprovidas de estruturas estatais que garantam acesso ao esporte, educação, saúde e lazer. Ou seja, quase sempre quem oferta algo é o crime e essa cooptação tem ocorrido diariamente. Isso, inclusive, é percebido durante as abordagens da PM, que realiza o trabalho ostensivo, mas que acaba “enxugando gelo”, pois chega aos chamados “aviões” do tráfico que fazem a distribuição da droga no varejo a partir do fracionamento de drogas. A presença do crack ou noia e a incrível capacidade de ocultação em pequenas quantidades faz de uma simples bicicleta, por exemplo, um local ideal para sua dissimulação por dentro do quadro e guidão. Por essa razão, apenas o trabalho de inteligência com rastreamento de celular, pessoas infiltradas, conquista da comunidade para o Disk Denúncia e a constante checagem é que vai construir um perfil da criminalidade em cada região e como se relaciona com suas lideranças e o envio de grandes remessas.

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