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Nº 5595
Política Atualmente, Alagoas possui 326 servidores em atividades em 42 agências do INSS

SERVIDORES DO INSS RETORNAM AOS TRABALHOS APÓS 60 DIAS EM GREVE

Movimento grevista foi cessado após categoria entrar em acordo com o INSS e o Ministério do Trabalho

Por Mariane Rodrigues | Edição do dia 25/05/2022 - Matéria atualizada em 25/05/2022 às 04h00

Os técnicos e analistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) retornaram nesta terça-feira (24) aos trabalhos após realizarem uma greve que durou dois meses. O movimento grevista, de âmbito nacional, foi cessado após a categoria entrar em um acordo com o INSS e o Ministério do Trabalho e Previdência Social. Segundo o vice-presidente do Sindicado dos Trabalhadores da Saúde,Previdência, Seguro Social e Assistência Social, Ronaldo Alcântara, os órgãos fizeram promessas que ainda não abarcam às necessidades da categoria, mas que foram suficientes para por fim a greve que suspendeu atendimentos nas agências da previdência em Alagoas, deixando de realizar procedimentos como perícias médicas. De acordo com Alcântara, a categoria intensificou as intenções de movimento de greve em janeiro, quando, naquele mês de 2022, enviaram para o INSS e o Governo Federal a pauta com as reivindicações da categoria. Dentre as pautas estavam o pedido de realização de concurso público, cujo requisito para o candidato deve ser o ensino superior completo. Segundo ele, a categoria tem um déficit de 18 mil servidores em todo o Brasil. Além disso, a classe reclamava o fato de que o INSS anunciou que aumentaria em 30% a quantidade de processos para cada servidor. Pediam também a restruturação física e de equipamentos das agências, a exemplo de novos computadores e até o ajuste na velocidade da internet. De acordo com Alcântara, a deficiência estrutural é uma das principais responsáveis pelos atrasos em atendimentos.

“O caos na Previdência fez com que o servidor não aguentasse essa falta de atenção do poder público”, pontua. Também reivindicaram que a profissão desses servidores fossem equiparadas às carreiras típicas de estado, para que os cargos sejam ocupados por pessoas concursadas. A classe também reivindicou a diminuição da pontuação para o cumprimento de metas ou que sejam pontuadas tarefas que, atualmente, não recebem pontuação. “Aguardamos até 9 de maio. Como não obtivemos retorno, em 23 de março anunciamos a greve. Participamos de 15 reuniões, foi quando radicalizamos a movimentação de rua”, conta Alcântara. A greve foi finalizada na segunda-feira (23) depois que categoria e INSS entraram em um acordo. “O acordo está distante do que queríamos”, expõe o vice-presidente do Sindprev. Segundo Alcântara, foi prometido à categoria uma criação de grupo de trabalho para reavaliar as pontuações exigidas para o cumprimento de metas, a reestruturação no sistema de informática, além do repasse de 2% da Gratificação de Desempenho de Atividade do Seguro Social, a ser destinada todos os meses, ao longo de dois anos, ao salário básico dos servidores. Quanto à valorização da categoria, o Ministério do Trabalho e Previdência Social se comprometeu a enviar um projeto de lei para o Congresso com objetivo de tornar essas atividades em carreiras tipicas de estado. No entanto, referente aos concursos públicos, não houve definição sobre a realização. “Essas pautas não esgotam as nossas demandas”, complementa o representante do sindicado. Atualmente, Alagoas possui 326 servidores em atividades em 42 agências. Em todo o país, segundo o Sindprev, há um déficit de 18 mil profissionais técnicos e analistas e de 2 mil médicos-peritos que se aposentaram nos últimos cinco anos. “Não houve a realização de Concurso Público para repor esses servidores. Há um sucateamento dos equipamentos de informática. Os computadores estão completamente obsoletos, ultrapassados. A velocidade de acesso à internet nas Agências é insuficiente, completamente inadequada para as novas demandas de processos digitalizados. É preciso se fazer reparos e manutenção urgente nos telhados, banheiros, parte elétrica e hidráulica de várias Agências. É preciso realizar a manutenção das unidades para que possam receber os nossos servidores e usuários, da melhor forma possível”, afirmou vice-presidente do Sindprev, Ronaldo Alcântara. Ele acrescenta: “O resultado de tudo isso? Servidores doentes, usuários insatisfeitos, processos de acumulando em uma fila virtual que ultrapassa dois milhões de processos e mais de 850 mil perícias médicas em espera, aguardando serem realizadas”, diz. Agora, Alcântara afirma que a categoria estará em estado permanente de mobilização. “Vamos acompanhar para que cumpram o que prometeram dentro do praz. Vamos buscar apoio e compromisso da bancada federal do estado para que, assim que a proposta chegue ao Congresso, eles votem imediatamente”, finaliza.

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