CRIANÇAS DE ATÉ 4 ANOS SÃO MAIS PROCURADAS
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Por Mariane Rodrigues | Edição do dia 04/06/2022 - Matéria atualizada em 04/06/2022 às 04h00
No País, existem mais pessoas querendo adotar, do que crianças e adolescentes que estejam aptos à adoção. A conta não bate porque, enquanto a fila de espera é grande para crianças com até quatro anos de idade, o número de interessados pelas mais velhas cai consideravelmente. A história de Nadja pela Janielle está inserida no perfil menos frequente da adoção. Aos 12 anos, quando as perspectivas de ser adotada começam a diminuir. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que faz levantamento desde 2019 por meio do Sistema Nacional de Adoção, o perfil mais procurado em Alagoas é por criança de até quatro anos, que não tenha irmãos, que seja parda ou branca, não tenha deficiência e nenhum problema de saúde. Quanto ao gênero, o percentual é semelhante entre um e outro. Mas de acordo com a Juíza Fátima Pirauá, da 28ª Vara Cível da Capital, mais conhecida como a Vara da Infância e Juventude, o Tribunal de Justiça tem realizado iniciativas para estimular a prática conhecida como adoção tardia, mas denominada por ela de “adoção possível” . “Em Alagoas, a gente tem conseguido fazer adoções bem gratificantes de crianças maiores, com grupos de irmãos, dois ou três, conseguimos até de 5 irmãos. Eles eram daqui, mas foram três casais do Rio de Janeiro que adotaram na adoção compartilhada. Significa que esses casais adotam separadamente os irmãos e se comprometem a não deixar que os irmãos percam o vinculo. Ou seja, comemoram aniversários juntos, praticam esportes juntos, fazem atividades juntos, estudam próximos”, explica O órgão também tem tomado iniciativa de promover a capacitação profissional dos acolhidos já a partir dos 14 anos de idade. Isso porque, aos 18 anos, o acolhido precisa se retirar da entidade de acolhimento e buscar vida própria. A preocupação, segundo a magistrada, está em quais condições essas pessoas serão dispensadas da casa que as acolhe. Por isso, outra medida que complementa as ações é a inserção deles no programa Jovem Aprendiz.
“Quando completa 18 anos, ele tem que sair do abrigo. Mas eu não fiz isso ainda. Eu acho muito arriscado deixar esses meninos a mercê”, expõe. MR
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