Amor
CAMINHOS POSSÍVEIS: UM NOVO OLHAR PARA A ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM AL
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A adoção faz parte da vida e da família de Nadja Maria Pinheiro, de 51 anos, de Junqueiro. Ela tem irmãos adotivos, tios, primos e até sobrinhos. Foi vivendo nesse ambiente que, dentro dela, começou a ser nutrido o desejo de adotar alguém. Professora, sempre lidou com crianças e adolescentes e é madrinha de diversos deles na cidade, localizada no Agreste de Alagoas. Esse desejo ficou ainda mais forte quando Nadja conheceu Janielle da Silva Santos, hoje com 12 anos, entre final de 2019 e início de 2020, em um projeto de adoção. E a história das duas foi construída a partir do apadrinhamento. O apadrinhamento é uma medida encontrada pelos tribunais de Justiça para acolher crianças e adolescentes que ainda não foram adotados. Existem vários tipos de apadrinhamento: o social ou prestador de serviço (quando o padrinho utiliza a atividade profissional para ajudar o acolhido); o financeiro (quando o acolhido recebe ajuda financeira, seja para trabalhar ou até mesmo custeio de escola e universidades); e o afetivo (quando a criança e o adolescente passa a ser inserido no ciclo familiar). É o caso de Nadja. Ao conhecer Janielle, ela decidiu ser madrinha afetiva da menina. Inicialmente, as duas se falavam por telefone uma vez por semana. Dois meses depois, Janielle visitou Nadja no Natal e por lá permaneceu por mais 15 dias. "Não tem como você não se afeiçoar. Não só eu, mas toda a minha família. E como eu sabia de toda a história de Janielle, de tudo o que ela já viveu [...] chegou uma hora que eu disse: quero ser mais que madrinha de Janielle, quero que ela faça parte da minha vida, forme a nossa família", afirmou a professora.
VISITA
A cada visita feita por Janielle, era alimentado em Nadja o desejo de tornar esses laços ainda mais fortes. "O tempo foi passando e eu fui sentindo a necessidade. Por que não, ela, além de ser minha afilhada, ser minha filha?", diz. Foi quando ela decidiu adotar a menina. "Então disse: por que não ampliar a idade de uma das minhas filhas? Por que não uma mais nova e uma mais velha? Resolvi ampliar e abrir o leque para crianças maiores e foi quando realmente eu coloquei o desejo de adotar Janiele", conta. Ela diz que adotar não é uma tarefa fácil. É uma verdadeira gestação e que demora para acontecer. Atualmente, ela possui a guarda provisória de Janielle, que tem 12 anos, e precisa renovar essa guarda a cada nove meses. Falta apenas a aprovação de um documento para concretizar a adoção.