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Nº 5595
Política

ALAGOAS TEM SÓ UMA MULHER PRÉ-CANDIDATA AO GOVERNO ESTADUAL

No momento, há sete pré-candidaturas anunciadas; composição das chapas ficará definida próximo à data das convenções partidárias

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 18/06/2022 - Matéria atualizada em 18/06/2022 às 04h00

À medida que se aproxima a data das convenções partidárias, previstas pela justiça eleitoral para ocorrer no período de 20 de julho e 5 de agosto, começam a ficar mais evidentes as composições e as pré-candidaturas majoritárias ao governo de Alagoas. Já são sete pré-candidatos a governador, dentre eles, apenas uma mulher. Todos estão no corpo a corpo em busca de alianças, composições, apoios financeiros, nomes para vice, senador e na caça de votos dos 2. 282.753 eleitores. A família Calheiros, que controla o MDB no Estado, por exemplo, sem alternativa, sustenta o projeto de reeleição do governador-tampão, o ex-deputado Paulo Dantas (MDB), que, do ponto de vista da legislação eleitoral, só pode disputar a reeleição. O PTB apresenta o nome do senador Fernando Collor (PTB) como pré- candidato, o UB vem com o senador Rodrigo Cunha; o ex- prefeito Rui Palmeira será o candidato do PSD, Regis Cavalcante do Cidadania, Cícero Albuquerque do PSOL. Mônica Carvalho é a única, por enquanto, pré-candidata e é do Solidariedade. Neste cenário político, o senador Fernando Collor surpreendeu os bastidores ao revelar que não seria candidato à reeleição. Essa semana acabou com o mistério e as especulações e assumiu a pré-candidatura ao governo do Estado, em franca oposição à candidatura situacionista do MDB e com o projeto de palanque político de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Estado. “O PTB é o único partido cujos 27 diretórios estaduais apoiam a reeleição de Bolsonaro”. No projeto político local, Collor trabalha a formação de aliança com o PL e o PP, que também apoiam Bolsonaro. Se for eleito pretende executar uma gestão voltada para o social com visão de futuro, desenvolvimento e investimentos nas potencialidades econômicas do Estado. Já o deputado Antônio Albuquerque (Republicanos), que sustentava a pré-candidatura conservadora, está cotado para participar da composição majoritária com o PSD, não mais como pré-candidato a governador como anunciou e pretendia. Ele mesmo admitiu essa possibilidade e a tese foi confirmada pela assessoria do pré-candidato Rui Palmeira ao anunciá-lo como vice. O deputado tem atuado como ponte política entre Rui e as lideranças do Agreste, Sertão, Litoral e no parlamento estadual. O ex-prefeito Rui Palmeira tem conversado com os presidentes dos poderes Legislativo, Judiciário, com lideranças no interior, prefeitos, empresários e está construindo um programa de governo que contemple a conclusão de obras fundamentais, justiça social e investimentos para gerar emprego e renda. Nos últimos dias têm percorrido o interior do Estado e, para acabar com as especulações, confirmou que o seu pré-candidato a vice-governador é o deputado estadual Antônio Albuquerque. O senador Rodrigo Cunha também tirou licença do mandato, que agora está com a suplente dele, a ex-prefeita Eudócia Caldas (mãe do prefeito de Maceió, JHC-PSB). Cunha aparece com frequência em solenidades públicas ao lado do prefeito de Maceió ou do presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP). Também trabalha a construção do plano de governo com o diálogo com prefeitos, vereadores e empresários. A pré-candidatura dele tem o apoio do presidente da Câmara Federal e é de oposição a família Calheiros. Porém, enfrenta ataques sistemáticos do bloco governista, que tenta tirar a pré-candidata a vice, deputada Jó Pereira (PSDB), da composição majoritária, sob a alegação que essa composição está fechada com o MDB, via federação partidária.

“NÃO VÃO ME CALAR”

A deputado Jó Pereira decidiu não ficar calada. Em live divulgada esta semana, atacou os Calheiros que, segundo ela, querem calar a sua voz. “Não adianta, os calheiros não vão me calar. Sou vice na chapa do senador Rodrigo Cunha”, sustenta, em franco desafio à cúpula do MDB de Alagoas. A pré-candidata Mônica Carvalho, socióloga, a única a assumir a pré-candidatura feminina ao governo do Estado, trabalha na linha dos direitos sociais e humanos. Ela tem a base política nas universidades, nas áreas de Serviço Social e atua no campo dos Direitos Humanos. Outro que tem trabalhado forte nos bastidores é o jornalista Régis Cavalcante, ex-PPS e agora no Cidadania. Além de percorrer os municípios, defende o projeto de recuperação do Estado nas propagandas oficiais da justiça eleitoral. No campo da esquerda e oposição aos grandes partidos políticos de Alagoas, tem o UP (Unidade Popular), PCB e PSOL. A aliança de esquerda lançou a pré-candidatura ao governo do Estado de Cícero Albuquerque, do PSOL, que apresentou também o nome do engenheiro Mário Agra como pré-candidato a senador da chapa majoritária. Nos últimos dias, Agra passou por um constrangimento político patrocinado pelo MDB dos Calheiros. Isso ocorreu durante os preparativos da visita do ex-presidente Lula a Alagoas na quinta-feira (16). O nome de Mário Agra estava cotado entre os convidados. Recebeu inclusive o convite porque o PSOL faz parte da aliança que apoia o pré-candidato a presidente do PT, Lula. Porém, um dia depois de receber o convite, o pré-candidato ao Senado foi desconvidado pelo cerimonial do MDB sob a alegação de que a visita do ex-presidente estaria ligada à festa de lançamento da pré-candidatura de reeleição do governador Paulo Dantas e de outros pré-candidatos emedebistas. “Se não era para eu ir prestigiar a visita do presidente Lula, por que me convidaram? O desconvite foi deselegante e constrangedor”, lamentou Agra. O PT de Lula em Alagoas marcha com os Calheiros para salvar a candidatura de reeleição do deputado federal Paulão. A maioria dos pré-candidatos a vice-governador será oficializada no dia da convenção.

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