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Política

EX-MINISTRO MILTON RIBEIRO E PASTORES SÃO PRESOS PELA PF FÁBIO SERAPIÃO, PAULO SALDAÑA E CAMILA MATTOSO FOLHAPRESS A Polícia Federal realizou ontem uma operação contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores suspeitos de operar um balcão de negócios na pasta e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura foram presos. Também foram detidos Luciano de Freitas Musse, advogado e ex-assessor do MEC, e H

A Polícia Federal realizou ontem uma operação contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores suspeitos de operar um balcão de negócios na pasta e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Ribeiro e os pas

Por Folhapress | Edição do dia 23/06/2022 - Matéria atualizada em 23/06/2022 às 04h00

A Polícia Federal realizou ontem uma operação contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores suspeitos de operar um balcão de negócios na pasta e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura foram presos. Também foram detidos Luciano de Freitas Musse, advogado e ex-assessor do MEC, e Helder Bartolomeu, ex-assessor da Prefeitura de Goiânia. Agentes federais estiveram na sede do MEC, em Brasília, em uma operação que trouxe novo desgaste a Bolsonaro a pouco mais de três meses das eleições. Os dois pastores que também foram presos pela PF são apontados como lobistas que atuavam no MEC. A ação desta quarta-feira foi batizada de Acesso Pago e investiga a prática de "tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos" do FNDE. Com base em documentos, depoimentos e um relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) foram mapeados indícios de crimes na liberação de verbas do fundo. Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal. No mandado de prisão de Ribeiro, o juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal em Brasília, listou os crimes investigados e que podem ter sido cometidos pelo ex-ministro. São eles: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. O magistrado decretou a prisão preventiva de Ribeiro, que não tem prazo. A defesa do ex-ministro afirmou que a prisão é ilegal. Também foi determinada a transferência do ex-ministro para a superintendência da PF no Distrito Federal. No entanto, após a PF alegar risco de segurança e restrições orçamentárias, a Justiça Federal permitiu que Ribeiro fique em São Paulo e participe da audiência de custódia hoje por meio de videoconferência. Além de Ribeiro, Gilmar e Arilton, também foram presos Luciano de Freitas Musse, advogado ligado aos pastores e que trabalhou no MEC durante 11 meses, e Helder Bartolomeu, ex-assessor da Secretaria de Planejamento Urbano da Prefeitura de Goiânia. Musse foi nomeado por Ribeiro para o cargo de gerente de projetos no MEC em abril de 2021 e só foi demitido em março deste ano, após a saída do titular da pasta. Antes disso, ele integrava o grupo dos pastores e esteve em ao menos três encontros oficiais com o ex-ministro. Os dois pastores, Gilmar e Arilton, são peças centrais no escândalo do balcão de negócios do ministério. Como mostrou a Folha, eles negociavam com prefeitos a liberação de recursos federais mesmo sem ter cargo no governo. Os recursos são do FNDE, órgão ligado ao MEC controlado por políticos do centrão, bloco político que dá sustentação a Bolsonaro desde que ele se viu ameaçado por uma série de pedidos de impeachment. O fundo concentra os recursos federais destinados a transferências para municípios. Ribeiro deixou o cargo no fim de março, uma semana após a revelação do áudio pela Folha de S.Paulo. Musse frequentava um hotel e um restaurante em Brasília usado pelos religiosos para negociar com prefeitos, inclusive quando já estava no MEC. Já Helder Bartolomeu fazia parte da comitiva dos pastores. Ele esteve em um evento em Nova Odessa (SP) com o ministro e pastores, em agosto do ano passado. Foi a partir deste evento que Nova Odessa que uma denúncia da atuação dos pastores foi levada a Milton Ribeiro. Antes de realizar essa agenda, o prefeito de Piracicaba teria recebido pedido de dinheiro para que o município abrigasse esse evento, transferido depois para Nova Odessa após recusa de pagamento.

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