Política
ESTADO ATRASA PAGAMENTO COM RECURSOS DO SUS
Apesar de o governo federal fazer os repasses pontualmente no início da cada mês, muitos prestadores de serviço não recebem em dia


Com relação ao pagamento dos serviços prestados ao SUS via governo do Estado, Erivaldo Cavalcante confirmou que 89% da população de Alagoas é atendida pelo Sistema Único de Saúde. Em Maceió, esse percentual é menor, cai para 78% da população [1,2 milhão de habitantes] da capital. “Os repasses são feitos pontualmente pelo governo federal [no dia cinco de cada mês], a União repassa para o governo do Estado e aos municípios com gestão plena da Saúde. Mesmo assim, alguns dos nossos associados não recebem em dia”. Dos 100% dos pacientes do SUS, o presidente do Sindhospital calcula que 70% do atendimento é garantido pela iniciativa privada e filantrópica. “O pagamento dos serviços prestados deveria também ser pontual. Existe uma portaria do Ministério da Saúde determinando a obrigatoriedade de se pagar os prestadores de serviços até cinco dias posteriores à data do depósito feito aos estados e municípios e isso não acontece”.
O setor garante 20 mil empregos, os atrasos se refletem, negativamente, no pagamento em dia de salários dos empregados. “Alguns hospitais que são considerados como fortes economicamente conseguem manter em dia os compromissos. A maioria desses hospitais sobrevive com empréstimos, mas nem todos conseguem dinheiro com rapidez e por isso atrasam os pagamentos dos empregados”, admitiu. Os sindicatos dos trabalhadores da Saúde confirmam o atraso salarial em grandes instituições privadas.
Com relação à “maratona” de cirurgias eletivas iniciada pela nova gestão da Secretaria de Estado da Saúde com objetivo de reduzir a demanda reprimida estimada em mais de 50 mil cirurgias e 700 mil exames, o vice-presidente da Federação Brasileira dos Hospitais avaliou que os novos hospitais públicos estavam focados para atendimentos de pacientes de Covid 19 e nem todos estão preparados para um mutirão de uma demanda reprimida com números elevados de procedimentos. “Se o governo estadual diz que há condição, nós esperamos que consigam. Porém, 50 mil cirurgias eletivas sem apoio da rede privada e filantrópica não será uma meta fácil de atender”. Até agora a rede particular não foi chamada para ajudar neste projeto. A Sesau informa que a princípio a demanda reprimida será trabalhada com a rede pública existente. Antes da pandemia, a demanda reprimida das cirurgias eletivas e exames era atendida também pelos hospitais privados e filantrópicos. Com o agravamento da pandemia, foram suspensos todos os atendimentos e cirurgias. O presidente do Sindicato dos Hospitais afirmou que a maioria das unidades privadas e filantrópicas não foi chamada para trabalhar na maratona, “Uma demanda desse porte não pode ser tratada com uma maratona. É preciso explicar como será o pós-cirurgias dos pacientes”, disse, preocupado, Erivaldo Cavalcante. Por outro lado, ele elogiou a meta ambiciosa do novo governo estadual de tentar amenizar a herança deixada pela gestão passada na saúde.