PFL deve se dedicar �s alian�as nos Estados
Mantida a verticalização das coligações partidárias, o PFL deverá optar por não apoiar formalmente nenhum candidato à presidência da República e, assim, buscar liberdade de alianças nos Estados. O engessamento dos acordos partidários in-viabiliza a compos
Por | Edição do dia 19/04/2002 - Matéria atualizada em 19/04/2002 às 00h00
Mantida a verticalização das coligações partidárias, o PFL deverá optar por não apoiar formalmente nenhum candidato à presidência da República e, assim, buscar liberdade de alianças nos Estados. O engessamento dos acordos partidários in-viabiliza a composição com o presidenciável Ciro Gomes e tira do pré-candidato do PPS a chance de ter mais tempo de propaganda na disputa ao Planalto. A estratégia do PFL é formar as alianças eleitoralmente mais convenientes nos Estados e eleger o maior número de deputados e senadores, fortalecendo o poder de influência no próximo governo. Devemos abrir mão de um candidato a presidente para ter uma grande força no Congresso. O Brasil é um País semipresidencialista, tanto que inviabilizamos as votações no Congresso por 40 dias, disse o líder pefelista na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE). Segundo ele, 70% da bancada pefelista na Câmara defende essa tese. A decisão do STF, embora contrarie interesses partidários em vá-rios Estados, foi bem assimilada pela maioria dos congressistas, que já vinha se adaptando à nova regra. As críticas partiram de políticos diretamente prejudicados pela medida. Não interessa ao Congresso criar um conflito com o Judiciário. A decisão do Supremo, para mim, é definitiva, disse Inocêncio, que assinou o projeto de decreto legislativo. Vários partidos seguem a tese do pefelista, entre eles o PSDB, o PPS e o PDT. Até mesmo entre petistas, que recorreram ao Supremo contra a verticalização, a sensação é de conformismo. O deputado Walter Pinheiro (PT-BA), vice-líder do partido, afirmou que não há mais condições de impedir a verticalização. Alguns setores do PMDB também aceitaram bem a manutenção da verticalização. O vice-líder do partido na Câmara, deputado Mendes Ribeiro Filho (RS), disse que a verticalização veio numa hora inoportuna, mas é importante no conteúdo. Ele afirmou não acreditar na aprovação do decreto legislativo. No Senado, tramita também uma proposta de emenda constitucional, com o objetivo de assegurar liberdade de coligações partidárias. Mas a emenda dificilmente será aprovada antes das eleições, porque a tramitação é mais demorada. Além disso, exige maior número de votos favoráveis (três quintos em cada Casa) e não tem apoio na Câmara.