Política
Miro pede den�ncia de candidaturas-laranjas

Rio de Janeiro O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Miro Teixeira (RJ), defendeu ontem que os candidatos-laranjas, que podem ser lançados este ano nos Estados para driblar a verticalização das alianças eleitorais decretada pela Justiça, sejam denunciados publicamente, pois são passíveis de impugnação. Autor da consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que gerou o engessamento das coligações em decisão mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Miro afirmou que o lançamento de candidaturas falsas reduziria a política ao nível da contravenção e mostraria o seu grau de putrefação. O camarada que estiver propondo candidatura laranja é um delinqüente, não um político, disse. Segundo ele, laranja sempre foi criminoso. O termo é tradicionalmente usado para designar pessoas que figuram no lugar de outras, fornecendo seu nome e documentos para operar empresas de fachada e movimentar contas bancárias com dinheiro de origem suspeita ou criminosa. Miro, porém, disse não ver facilidade para o lançamento de laranjas sem que sejam impugnados na Justiça eleitoral, o que poderia levar à cassação de seus registros de campanha. Convenção O candidato tem que ser filiado, tem que ser aprovado por uma convenção, o tempo de televisão do partido tem que ser ocupado por ele, lembrou. E aí? Bota na televisão que esse candidato não é para valer? Além do mais, o horário eleitoral de um partido não pode ser freqüentado por candidato de outro, a não ser que estejam coligados. Ele lembrou que as eleições não são reguladas exclusivamente pela resolução do TSE. Tem código eleitoral e tem outras resoluções relativas à propaganda, lembrou. O parlamentar afirmou estar convencido de que alguns setores da esquerda adquiriram hábitos das oligarquias que sempre censuraram. Miro considerou fundamental e indispensável a decisão que confirmou a verticalização, que combaterá, segundo ele, a forma de fazer política usual até a mudança, na qual o candidato e seu partido assumem poses nacionais que não condizem com as alianças que fazem nos grotões. Lá no grotão, fazem acordos com quem, no cenário nacional, na televisão, denunciam atacou. E elegem dois deputados, três deputados. Assim as oligarquias vão se perpetuando.