Política
MORADORES COBRAM INVESTIGAÇÕES SOCIAIS As 150 famílias dos Quilombos Jacu e Mocó cobram uma investigação sanitária para identificar as causas da depressão, esquizofrenia, nanismo, raquitismo e outros problemas que geram deficiência física e ocular. A nova gestão da prefeitura de Poço das Trincheiras, determinou a secretária municipal de Saúde, no caso a primeira-dama do município, Cícera Maria Barbosa, fazer um diagnóstico geral a fim de identificar as causa dos problemas neurológicos e iniciou

As 150 famílias dos Quilombos Jacu e Mocó cobram uma investigação sanitária para identificar as causas da depressão, esquizofrenia, nanismo, raquitismo e outros problemas que geram deficiência física e ocular. A nova gestão da prefeitura de Poço das Trincheiras, determinou a secretária municipal de Saúde, no caso a primeira-dama do município, Cícera Maria Barbosa, fazer um diagnóstico geral a fim de identificar as causa dos problemas neurológicos e iniciou um projeto de construção de habitação em substituição às casas de taipa, confirmou a presidente da Associação Comunitária Jacu-Mocó, Aline dos Santos Ferreira.
Ao avaliar a situação, a líder comunitária disse que todos os problemas sociais e neurológicos nos dois quilombos estão intimamente ligados à falta de trabalho, de perspectivas, de melhorias na renda e de oportunidades para os mais jovens. “Só uma investigação profunda na saúde das pessoas pode determinar a origem dos problemas e propor tratamento específico”. Aline também tem parentes com problemas neurológicos e sociais.
Segundo ela, “a falta de perspectivas levam as pessoas ao suicídio, a depressão e a crise de ansiedade”. Por isso defende a necessidade de fazer uma investigação sobre a saúde das pessoas dos quilombos. “Hoje, impressiona a quantidade de pessoas [adultos, jovens e adolescentes] que dormem à base de remédios psiquiátricos. Isto não é normal”.
Além disso, a comunidade tem problemas de raquitismo e nanismo, revelou Aline ao acrescentar que havia um número grande de anões. “Muitos morreram por doenças ou suicídio”. Afirmou que, em gestões passadas, a comunidade vivia esquecida. Hoje, não é mais porque já tem cisternas para captação de água da chuva, um posto de saúde que funciona uma vez por semana, uma escola de ensino fundamental na comunidade Jacó e os estudos antropológicos da Fundação Palmares reconheceram os dois quilombos. “Agora, precisamos entender as causas dos problemas de saúde do nosso povo”.
A Associação dos Moradores encaminhou um pedido de investigação sanitária à Secretaria Municipal de Saúde. Aline disse que a prefeitura já está atuando na região e adiantou que encaminhará um pleito semelhante para a Secretaria de Estado da Saúde. AF Leia mais na página A10