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Candidaturas ganham roupagem nova em Alagoas / Parte II

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Quer reduzir os ataques contra o PT porque, a exemplo de outros socialistas, ainda tem esperança de estender, no tapete vermelho, a bandeira da paz. E, com isso, arrumar outra vez a casa em Alagoas, numa parceria que, só em pensar, Heloísa Helena fica braba. Um projeto onde Garotinho, que passou o governo para a petista Benedita da Silva, seria vice da chapa de Lula. A renúncia da governadora Roseana Sarney em meio às denúncias de corrupção deixou o PFL órfão na disputa pela presidencial e completamente tonto nos Estados. Rompido com FHC, a quem acusa de comandar a trama contra Roseana, o partido está entre a cruz e a espada. Ficou como um deputado alagoano que, certa vez, recebeu um duro recado do governador, ao se negar a votar num projeto oficial: - Diga a ele que vá, ligeiro, para a oposição... O deputado recebeu o desaforo e, nervoso, correu para o Palácio, ensaiando continência na frente do governador: - O senhor sabe que nunca fui oposição ? nem um segundo! Ficou no governo, exemplo que, aliás, vai seguir o PFL nacional, segundo os analistas políticos de Brasília. Está comprometido, através de favores e cargos, com o Planalto e sair, agora, no auge de festa, seus cientistas acham ser uma grande burrice. O namoro do Ciro Gomes, lá em cima, parece não ter futuro e, nas rodas, os apostadores cravam, como favas contadas, o retorno do PFL aos braços de FHC. Se acontecer, aqui em Alagoas não ofende o deputado José Thomaz Nonô que, na mídia, tem elogiado a candidatura de João Tenório, a quem considera empresário ousado e administrador competente. Inimigos até topar, Lessa e PPS não queriam se cumprimentar nem pelo espelho mas, como em política nada é impossível, chegaram a piscar os olhos e apertar as mãos. O governador e o deputado Regis Cavalcante, entre civilizados e desconfiados, sentaram à mesa várias vezes, aqui e em Brasília. Não acertaram nada, como também deu em água um reencontro do PPS com o PT, o que Heloísa lamentou. A união PPS, PTB e PDT, pelo menos na palavra, saudada pelos dirigentes nacionais, coloca no palanque três figuras que, numa situação normal, nunca estariam juntos ideologicamente. Regis Cavalcante, Antônio Albuquerque e Geraldo Sampaio estão prontos para decolar embora, lá em Brasília, já se fale na possibilidade de o PTB ir apoiar a candidatura de José Serra. Regis, liderança estudantil e sindical, fez alguns tentativas, inclusive para o Senado e, numa delas, chegou à Câmara de Vereadores. No embalo, deu um pulo para Brasília e, como deputado federal, tenta se encostar num porto seguro para ter condições de conseguir a reeleição. Duas vezes presidente da Assembléia Legislativa, Antônio Albuquerque, seguramente, dos deputados, mantém a posição mais confortável do ponto de vista eleitoral. Foi lembrado para o governo, ano passado, a idéia pegou, as bases ficaram de prontidão mas, depois, ele preferiu recolher o carro. Mas seus próprios companheiros, inclusive adversários, não têm dúvidas de que Albuquerque é a bola da vez em 2006. Emotivo, sensível, sem machucar ninguém, Geraldo Sampaio esperou ser o ponto de equilíbrio das oposições. Entrou em várias portas, sentiu a temperatura mas, de surpresa, a verticalização roubou sua esperança de ser, a princípio, candidato a senador com Heloísa, Collor, Albuquerque, Regis ? todo mundo ao seu lado. Sem concretizar o sonho dessa grande composição, Sampaio vê na chamada frente trabalhista a válvula de escape e, rompendo madrugadas em Brasília e no Rio, se fixou no Palácio. Quer sentar na cadeira de Lessa, hoje talvez seu único inimigo, com o propósito de mostrar que, apesar das retaliações, o destino, como a justiça, tarda mas não falha. A verticalização, a rigor, tirou a força dos diretórios estaduais, concentrando todos os poderes nos comandos nacionais dos partidos. Os candidatos majoritários e proporcionais, com a nova lei, ficam a reboque das siglas que vão disputar a presidência da República. Vai ser, como dizem os cientistas, uma eleição de grandes batalhas jurídicas e os advogados, com a legislação na mesa, agradecem a oportunidade de ampliação do mercado de trabalho. Denúncias de corrupção, fraude e infidelidade vão chover nos tribunais que, desde já, devem se preparar para enfrentar o pleito mais complicado das últimas cinco décadas. A começar da sala de votação onde eleitores, até esclarecidos, sentirão dificuldades de votar, ao mesmo tempo, em seis candidaturas.

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