Desvio de recursos do Fundef no Par�
No sul do Pará, uma investigação do Ministério Público Federal, ainda em curso, descobriu que o dinheiro do Fundo de Desenvolvimento e Manutenção do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef) foi usado por um funcionário da Prefeitura de Jacu
Por | Edição do dia 23/04/2002 - Matéria atualizada em 23/04/2002 às 00h00
No sul do Pará, uma investigação do Ministério Público Federal, ainda em curso, descobriu que o dinheiro do Fundo de Desenvolvimento e Manutenção do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef) foi usado por um funcionário da Prefeitura de Jacundá para pagar noitadas em motéis. O Fundef foi criado para melhorar o atendimento aos estudantes e aos professores. O mais chocante é que visitei escolas e encontrei 800 alunos usando um único vaso sanitário e estabelecimentos onde parte das crianças revezavam o uso das cadeiras, descreve o procurador da República em Marabá, Zilmar Antônio Drumond. Para tentar evitar que casos como o de Jacundá voltem a acontecer, Drumond tomou uma decisão radical: A partir de maio vamos fazer audiência nas praças públicas de todas as cidades do sul do Pará e mostrar para a população onde o dinheiro está sendo gasto. Medalhas No Amazonas, o TCU constatou que as contas das Centrais de Abastecimento S.A. (Ceasa) em processo de liquidação tinham alguns itens que nada tinham a ver com sua real finalidade. Entre os recibos, estavam pagamentos de material esportivo e medalhas de ouro. A justificativa foi que os objetos foram doados para uma comunidade para evitar que o terreno da Ceasa fosse invadido. Mais tarde, os auditores descobriram notas de compra de fraldas, chupetas, mamadeiras, banheiras e fitas de videogames. Em outra auditoria do TCU, na Paraíba, ficou constatado que nem sempre os desvios ocorrem na administração direta. O dinheiro do contribuinte também foi mal usado por juízes do Trabalho no Estado, que compraram buquês de rosas, leite em pó, gelatina, coco, pagaram almoços e até mesmo gravação nos talheres de uso exclusivo de gabinetes dos magistrados. O contribuinte bancou ainda outras compras dos juízes trabalhistas, como fronhas, toalhas de rosto, de banho e de pés.