Política
INADIMPLÊNCIA DA SESAU COM HOSPITAL DEIXA 80 TRABALHADORES SEM SALÁRIO
Atraso nos pagamentos aos prestadores de serviço é uma das heranças da gestão passada do Estado


Mais de 80 trabalhadores do Hospital Nossa Senhora de Fátima estão sem trabalhar, sem receber salário desde março e nem tem previsão de receber indenizações. O problema decorre da falta de pagamento do Estado aos serviços prestados pelo hospital à Secretaria de Estado Saúde na gestão passada. A Sesau dispensou a relação contratual e os serviços passaram para o Hospital público da Mulher. A reclamação dos trabalhadores foi confirmada pelos presidentes do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Chico Lima, e pelo Conselho Estadual de Saúde ao destacarem que o problema foi gerado na gestão passada da Secretaria. O atual secretário, médico Gustavo Pontes de Miranda, em contato com a reportagem, confirmou que está em andamento uma negociação de pagamento com o prestador de serviço que cobra R$4 milhões e a Sesau contesta o valor. As outras dívidas deixadas pela gestão passada com outros grandes prestadores de serviços à saúde estão sendo quitadas e os trabalhadores voltaram a receber os salários e atrasados, revelam os trabalhadores, confirmam os dirigentes sindicais das categorias e da Sesau. O secretário de Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, explicou que o hospital Nossa Senhora de Fátima está cobrando por serviços prestados que estão fora da realidade. As negociações acontecem com um núcleo de conciliação da Procuradoria-Geral do Estado. Os sindicatos dos trabalhadores da Saúde revelaram que a gestão passada deixou pendências a pagar. Uma delas é com o hospital N.S. Senhora de Fátima. O caso foi parar na Justiça e Ministério público do Trabalho. Fontes ligadas aos trabalhadores que pedem para não ser identificadas, revelaram que a direção do N.S. de Fátima tenta receber do Estado R$ 4 milhões para pagar salários atrasados e indenizações dos empregados. O secretário Gustavo Pontes de Miranda em contato com a Gazeta, confirmou o montante cobrado. Justificou, porém, que o valor está fora da realidade de mercado e não levou em conta investimentos feitos pelo estado naquela unidade no período crítico da pandemia. A secretaria contratou 35 leitos.
O sindicato dos Trabalhadores da Saúde também confirmou a informação. “Os débitos com os outros hospitais particulares foram feitos na gestão passada do governo do Estado. O que a gente sabe é que este passivo está sendo discutido e pago. Não recebemos mais reclamações dos trabalhadores nem da direção dos hospitais”, disse Chico Lima.
CIRURGIAS
Já o mutirão que pretende reduzir o volume gigantesco de cirurgias eletivas reprimidas [70 mil cirurgias e mais de 700 mil exames] está sendo realizado nas unidades públicas de saúde. A informação é dos parlamentares que compõem a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. A comissão legislativa esclareceu que a “maratona de cirurgias eletivas” está longe de atender a demanda revelada pelo Conselho Federal de Medicina e Ministério da Saúde. Porém, obedece o critério de priorizar os procedimentos em unidades públicas. Se houver necessidade serão convocadas as instituições filantrópicas e por fim as particulares. O Conselho Regional de Medicina, o Sindicato dos Hospitais, o Conselho estadual de Saúde monitoram os procedimentos que entram em nova fase e devem atender pacientes da região metropolitana de Maceió. As entidades de classe não foram convocadas para discutir a estratégia, nem os procedimentos e o pós-operatório dos pacientes. Criado em junho deste ano pela atual gestão da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o programa das cirurgias eletivas reprimidas já realizou 2.340 procedimentos cirúrgicos e está reduzindo a demanda reprimida de cirurgias eletivas, suspensas por conta da Pandemia da Covid-19. No total, 9.820 alagoanos do sertão, região metropolitana de Maceió e do Norte do Estado passaram por consultas e exames pré-operatórios em cinco mutirões, realizados nos municípios de Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema, Porto Calvo e na capital. O programa assegura a realização de cirurgias para a supressão de hérnia, vesícula e mioma, além de procedimentos nas áreas de ortopedia, urologia e clínica geral. Os procedimentos cirúrgicos estão sendo realizados no Hospital Regional do Alto Sertão (HRAS), em Delmiro Gouveia; no Hospital Regional Dr. Clodolfo Rodrigues, em Santana do Ipanema; nos Hospitais da Mulher (HM) e Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió; e no Hospital Regional da Mata (HRM), em Porto Calvo. O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, acompanha a nova etapa de cirurgias. “Estamos na quinta etapa da Maratona de Cirurgias. Várias pessoas saíram do Hospital Regional do Norte com cirurgia marcada ”, disse o secretário.