Política
CANDIDATURAS DE NEGROS SOBEM 53% NO ESTADO EM COMPARAÇÃO COM 2018


O número de candidatos pretos e pardos aumentou em Alagoas, conforme dados consolidados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O quantitativo de concorrentes que se dizem brancos manteve a estabilidade e diminuíram os que se declaram indígenas. A estatística mostra que eram 41 candidatos negros nas eleições de 2018, representando 8,89% do total. Agora, são 63, o que configura 12,91% da totalidade de registros solicitados, um crescimento de 53% em quatro anos. A quantidade de pardos teve uma leve subida: eram 221 e passaram para 228. A jornalista Elida Miranda está na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) pelo Partido dos Trabalhadores. Ela é uma das 34 pessoas concorrendo a um mandato eletivo de deputado estadual que informaram serem pretas e destaca a importância da representatividade na política. “O que observamos é uma composição no Poder Legislativo predominantemente branca, vindo de origens elitizadas e das oligarquias concentradoras do poder no Estado. Então, é necessário que a população negra tenham seus representantes. Esta é uma luta das mulheres, dos trabalhadores, dos movimentos sociais e a nossa lógica”, destacou a candidata. Os brancos somam 196 candidaturas em Alagoas, mesmo número das eleições gerais de 2018. Este ano, apenas um candidato informou ser indígena. Trata-se de Bianca Nunes Ferreira dos Santos, do MDB, que disputa uma cadeira no Parlamento. Quatro anos atrás, eram três candidatos desta raça.
Pela primeira vez em toda o histórico de eleições, no Brasil, o número de pedidos de registro de candidatos negros junto ao TSE superou o de candidatos brancos, de acordo com a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O IBGE considera o número de negros a soma dos declarados pretos ou pardos.
Segundo dados do tribunal, foram registradas 14.015 candidaturas negras (49,57%) e 13.814 brancas (48,86%) para as eleições gerais deste ano. Entre os negros, são 3.936 pretos (13,92%) e 10.079 pardos (35,65%). Em 2018, foram 13.543 negros e 15.241 brancos. Quatro anos antes, em 2014, quando o TSE adotou a classificação por cor e raça, 11.579 candidatos negros e 14.377 brancos concorreram. Entre os negros, são 9.163 homens e 4.890 mulheres. Proporcionalmente, são mais homens pardos (6.919) do que mulheres pardas (3.187). O mesmo acontece entre os homens pretos (2.244) e as mulheres pretas (1.703). O número de pedidos de registro de candidatas indígenas também é recorde nas eleições deste ano no País, apesar de Alagoas ter declinado. Ainda assim, representa apenas 0,87% dos candidatos apresentados, o que equivale a 82. Em relação a 2018, há um aumento de 67,3%. Na ocasião, foram 49 pedidos de registro. Em 2014, foram 29.