Política
CRESCE NÚMERO DE CANDIDATOS ADVOGADOS E EMPRESÁRIOS EM AL
Segundo dados do TSE, também houve aumento nas candidaturas de policiais e redução nas de professores e estudantes


Empresários, advogados, comerciantes e servidores públicos dominam as candidaturas em Alagoas no pleito deste ano, conforme levantamento junto ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número de candidatos com essa ocupação soma 44% do total de registos solicitados em 2022 e já é maior que a eleição de 2018 (quando eram 38%). Pelos dados da Justiça Eleitoral, 48 candidatos locais informaram que são empresários, 34 disseram ser advogados, 21 comerciantes e outros 21 servidores públicos estaduais. Há destaque, ainda, para a quantidade de deputados (são 26) e vereadores (são 21). Por outro lado, diminuiu de 15 para 10 o número de candidatos que são estudantes, bolsistas ou estagiários, e de 33 para 15 aqueles que se apresentaram como professores. De acordo com o TSE, 26 candidatos se registraram como policias militar, civil e bombeiros militares em 2022. Um aumento de 66% comparado a eleição gerais de 2018. Destaque das candidaturas foi para os militares reformados – que já se aposentaram. Eram dois na disputa para deputado estadual, em 2018, e, agora, são cinco, representando um acréscimo de 150%. Quanto aos bombeiros militares, o crescimento foi de 75% comparado ao último pleito. Na eleição passada, eram quatro candidatos, agora são sete. Dos integrantes do Corpo de Bombeiros, há candidatos na disputa para governador (Luciano Fontes – PMB), vice-governador (Rogers Tenório – PMB e Walderlan – PRTB), senador (Suzana Souza – PMB), mais três para deputado federal e um para deputado estadual. Entre os que se apresentaram como policiais militares, o aumento foi de 37%. São 11 candidatos em campanha ante aos oito nas eleições de 2018, todos que tentavam uma vaga na Assembleia Legislativa. Desta vez, há concorrentes ao Senado (coronel Do Valle – PROS), três para a Câmara Federal e sete para a Casa de Tavares Bastos. Dos policiais civis, só dois informaram no registro que possuem esta ocupação, mas há delegados de Polícia na disputa que preferiram se apresentar como servidores públicos estaduais e não especificaram que atuam na Polícia Civil de Alagoas.
No Brasil, são 1,7 mil candidatos se registraram como policias militar, civil, bombeiros e membros das Forças Armadas, configurando um crescimento de 27% se comparado a 2018.
O destaque ficou para as candidaturas de policiais militares, que tiveram um aumento de 36% comparado ao pleito anterior. Na eleição passada, eram 601 candidatos, agora são 817. Outro dado do TSE que chama atenção é o da representatividade. Em 2018, a profissão de policial militar foi a 11ª mais comum entre os candidatos. Agora, o total de PMs saltou para quinto lugar na lista. Na avaliação do analista político Ranulfo Paranhos, a participação maior de profissionais da segurança pública na campanha eleitoral pode ser explicada pela chamada lei da oferta e da procura do mercado. “Por um lado, há um partido que procura um perfil de candidato ideologicamente alinhado com as propostas de direita, de militarismo e que libera recursos disponíveis para a campanha. Há militares com disposição de ser candidatos e partidos que o aceitam. É a lei da oferta da procura de que falo”, destaca o cientista. Ele cita o Partido Liberal, por exemplo, como uma sigla grande, com fundos partidário e eleitoral significativo. É um dos que tem atraído este perfil de candidato. “São pessoas que querem participar da campanha, viver o clima, ir pra rua e que, mesmo se não se eleger, vai para o debate. Querem dar visibilidade ao nome, saber qual o seu potencial para as próximas eleições, conseguir espaço na vida política. Trabalham com a incerteza de que podem ganhar o máximo neste processo”, avalia Paranhos.