Política
APÓS CHAMAR BOLSONARO DE EXTREMISTA, CUNHA FICA EM‘CIMA DO MURO’
Senador e aliados tentam atrair votos bolsonaristas, mas neutralidade é alvo de críticas por apoiadores do presidente no Estado


O candidato ao governo de Alagoas, Rodrigo Cunha (UB), decidiu ficar em cima do muro. Em 2018, ao ser fazer uma referência à disputa presidencial, chamou o então candidato Bolsonaro (PL) de extremista. Agora, em 2022, o candidato apadrinhado do deputado federal Arthur Lira (PP) sinalizou que vai manter a neutralidade, sem declarar em quem vota para presidente.
Em vídeo publicado nas redes sociais e no guia eleitoral, Cunha informou que, seja Lula (PT) ou Bolsonaro (PL), o eleito no próximo dia 30, o mais importante, para ele, é manter o foco nos problemas sociais de Alagoas. A fala de Cunha provocou reação por parte dos bolsonaristas em Alagoas, que esperavam dele uma manifestação em defesa do presidente da República. A fala de Cunha se dá dias após Arthur Lira (PP) e o prefeito de Maceió, JHC (PL), mobilizarem grupos bolsonaristas em Alagoas para se engajarem na campanha de Cunha ao governo. Enquanto o senador fica em cima do Muro, o governador afastado, Paulo Dantas (MDB), prepara um grande ato ao lado do presidente Lula, na próxima quinta-feira (13), em Maceió. No primeiro turno, Lula ganhou em Alagoas com 56,50% (974 mil votos), já Bolsonaro obteve 36,05% (621 mil votos).
‘O EXTREMISTA’
Em 2018, logo após ser eleito senador por Alagoas, Cunha utilizou as redes sociais para publicar uma carta aberta à população para relatar que nenhum dos candidatos que passaram ao segundo turno o representava. Ele se referia a Jair Bolsonaro e a Fernando Haddad (PT), classificando os dois como extremos.
“Do lado do espectro ideológico à direita, vemos uma candidatura apoiada em discursos que se aproveitam da insatisfação da população para propor medidas extremistas que fragilizam a democracia. (….) De outro lado do espectro ideológico mais à esquerda, vemos uma candidatura que não conseguiu aglutinar as forças progressistas e democráticas do Brasil, que insistem em rotas políticas viciadas e em não reconhecer erros partidários históricos”, escreveu o senador..